segunda-feira, 4 de maio de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA 4 DE MAIO DE 2020

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
RETROCESSO CULTURAL

Nobres:
Se não existem os grandes professores de antigamente homens eruditos, dedicados exclusivamente à sua ciência, portadores, além do domínio técnico e bibliográfico de suas matérias, de uma compostura moral que emprestava às suas disciplinas uma aura de dignidade e respeito em função de uma metodologia de ensino que priorizada ideologias e contextualmente seria sequenciar os cursos sem a devida avaliação. O ensino por ser generativo desde o fundamental ao universitário. Foram substituídos atribuídos à proliferação e ao culto da pós-graduação por “pesquisadores” de olho na “produção de conhecimento”, manifestada na aferição quantitativa de artigos. Os antigos escreviam e publicavam, não para atender a exigências de carreira e de currículo. Escreviam por gosto, por vocação, não por carreirismo burocrático. O resultado é a espantosa distância hierárquica entre os próprios docentes aqueles que têm títulos e publicam, e os outros, de segunda classe, que apenas dão aulas. Quase ninguém está mais preocupado em ser um bom professor, preparar e ministrar uma ótima aula. A própria noção de aula vai perdendo seu sentido e se transformando em tediosos seminários ou simples leitura de slides. O professor preocupa-se com o financiamento da pesquisa, Os professores de segunda categoria são condenados a dar aula! Que humilhação! A sala de aula tornou-se lugar simbolicamente desqualificada quando possível entregue a substitutos. São raros os professores que ainda encontram prazer e interesse no ensino. A descrição é perfeita, tanto quanto o quadro é horripilante. De modo direcional chamo a atenção do professor Antonio Roberto Mendes Martins  em que generalizo o ensino fundamental a o universitário. A universidade pública brasileira melhorou? Desejo a sua manifestação. Para mim transformou uma entidade nominalista, burocrática, formal, meramente quantitativa, sem nenhuma consideração dos conteúdos, ou verdadeiro à meritocracia. Tivemos a oportunidade de ouvir o professor Adalberto Filho que discorre como fator fundamental o ensino a distância, agora compreensível em função da “corona vírus” que há muito vem conceituando de forma paulatina em função do forte aparato “oposicionista” da educação onde as aulas presenciais é um misto de lazer com deslocamento contaste à sala de aula sem se atentar pelo objetivo de aprender. Neste aspecto a nossa cultura está atrasada há meio século, por exemplo: os Estados Unidos institui prioritariamente o ensino a distância desde os anos cinquenta, onde pessoas natas residentes nesta cidade se graduam sem sair daqui. É um retrocesso cultural, ainda pior com a proliferação de cursos universitários em quantidade e de duvidosa qualidade, exceção de alunos que instam se vocacionar pelos estudos. Implantar e interiorizar cursos universitários se estrutura e sem técnica laboratorial com raríssimas exceções. Por esta razão construí um currículo baseado no ensino a distância principalmente no advento da internet onde aulas são proferidas por professores de notável saber educacional onde alunos se interagem e discorrem suas dúvidas. Em particular em termos graduais se notabiliza a Ambra, com cursos integrais a distância (Direito 100%) destinado a direcionar pessoas que não adquiriram mobilidade em função das doenças (AVC) que por força de Deus e abaixo a INTERNET está prestes a concluir (no caso em licença pelos altos custos e a saúde precária que desestimo). No momento, ainda por “divindade” está sendo reconhecido e convalidado pelas autoridades específicas em educação no País. No passado bem recente, devo concordar em que há muita coisa contestável no ideal meritocrático, mas essa prática não tem nada de meritocracia. É seu oposto. Porque o mérito real não é identificado nem exaltado por ela. Quantidade não é sinônimo de qualidade, e produção não demonstra,  por si mesmo valor absolutamente idiotas, irrelevantes, sem nenhuma verdadeira contribuição cultural. E conhecemos (ainda hoje) docentes do melhor nível que quase nada produziram. Por isso que a educação brasileira se posiciona entre os piores do planeta é não fingir, mas despertar a realidade.
Antônio Scarcela Jorge.

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