COMENTÁRIO
Scarcela JorgeCENA GROTESCA.
Nobres:
Cenas ridículas e seus personagens conhecidos traduzem o sentimento da
política em nossos dias, não como uma bagunça espontânea feita por gente
despreparada para os cargos que ocupa. A marfínea política em que vivemos é
produzida e sustentada pelos objetivos de poder. O julgamento da chapa
Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral é um exemplo perfeito dessa idéia. No
afã de salvar a pele de um presidente investigado por corrupção e negar o óbvio
que a campanha de 2014 foi uma das mais sujas da história do país, valeu tudo.
Um espetáculo que superou, no grotesco da encenação, aquele domingo, em abril
de 2016, no qual se aprovou na Câmara dos Deputados o impeachment de Dilma. São
momentos caricaturais do longo processo de 8.000 páginas: o ministro Admar
Gonzaga disse que não costuma verificar seu saldo bancário deve ser o único
brasileiro a gozar tal privilégio. O ministro Napoleão Nunes Maia Filho (outra
vergonha do Ceará para quem tem ‘o ético’, um fato raro neste estado que em
maioria absoluta impera a secular cultura da mendicância) invocou "a ira do
profeta" e fez um sinal de degola o alvo seria a atuação da imprensa e do
Ministério Público. Faltou o ministro Gilmar Mendes. Bem, Gilmar Mendes age
como a caricatura de si mesmo. Diante da concorrência ridícula dos políticos e
do ministro Gilmar, a cena ridícula dos implicados em ações escusas tornou mais
uma regra neste país do que “quem tem nada não”.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário