terça-feira, 22 de outubro de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 22 DE OUTUBRO DE 2013

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge.

TRANSFORMAÇÃO ESTRUTURAL.

Nobres:
No comentário recente através do rádio discorremos sobre as distorções que atingem a atividade policial, na teoria e na prática, encontram-se entre as principais causas da calamitosa situação da segurança pública no Estado e no Brasil. Referem-se, pela ordem, à prevenção e à repressão. Ambas carecem de ação profunda, estrutural. Precisamos inverter os procedimentos que se mostraram inócuos e contraproducentes. Isso vai exigir coragem e determinação, porque atingirá práticas e interesses longamente consolidados. Já há um lento, mas seguro avanço na consciência social, sobre a primeira noção. Aparecem, embora ainda insuficientes políticas públicas e ações particulares voluntárias para superá-la. Isso significa combater o crime na sua origem, na sua gênese. Trabalhar na causa é sempre mais eficaz que nos efeitos. Prosseguindo e evoluindo esse fenômeno, serão observados resultados significativos, no médio e longo prazo. Quanto à segunda, é inadiável rever totalmente o sistema que foi desenhado pela Constituição de 1988. Esse modelo não dá conta do fim a que se destina. Seja porque reproduz a arquitetura até então vigente nos sistemas jurídicos autoritários que o precederam, seja porque, nesses 25 anos da Carta, o país mudou radicalmente. Nossa população está se habituando à democracia e aos direitos que ela lhe confere. O modelo em vigor, autoritário e ultrapassado, mostra-se, portanto, inteiramente desajustado dessa realidade. O conflito é inevitável, e seus resultados nefastos são vistos nas ruas de qualquer cidade. Não há mais limite definido entre as práticas das polícias civis e militares, que todos os dias, e de todas as maneiras possíveis, misturam as atribuições que a Constituição lhes atribuiu. Vê-se uma geleia geral. Para culminar, cresce cada vez mais na comunidade o clamor pela desmilitarização da atividade policial (o que, a propósito, coloca as guardas municipais, (vigilantes é mais adequado para iniciativa privada - não há espécie para o serviço público) além de tudo, coloca–se na contramão da história). Nesse contexto, a única solução efetiva é uma alteração radical. Rever o modelo em suas raízes. Fazer tábula rasa de tudo o que até agora se mostrou ineficiente. E, no bojo disso, refundar as polícias brasileiras, partindo do zero, com reflexos diretos nas próprias guardas municipais uma célula de auxilio para segurança pública. A Guarda Municipal além de ser cheia de problemas, requer a mínima  estrutura e também sem comando. Solicita prioritariamente para o ínfimo de viabilidade: que os seus vencimentos não contemplem a situação de risco para tais finalidades Talvez esteja na amplificação do debate em torno dessa iniciativa legislativa o início do processo que vai nos levar a finalmente enxergar a primeira luz no fim do túnel para o necessário provimento da realidade.

Antônio Scarcela Jorge.


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