COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
PRÓPRIO
AO NATURAL
Nobres:
Não queria tocar nesse assunto, contudo a pergunta que vem a público, de
verdadeiros amigos, por ocasião, o porquê de não lançar um livro relatando a
história em especial do nosso munícipio: em resposta vos digo: Tenho outro
alargado conceito. Enveredo por questões contemplativas que me considero
prioridade díspar até mesmo daquilo que imagino. Talvez seja uma pessoa sentimentalista que
comento algo que extrapola o direcional. Vou mais além; busco nas leituras
universais e tenho conceito para determinar e me posicionar sobre
o interpretativo literário universal, “esse o meu lema”. Dentre do emaranhado e
controvertido aspecto instituem-se comendas para um seleto individualismo como
irrelevância, o comum daqueles que querem arguir a mera projeção. Em parte
aquilo que soberba a leitura é fator secundário. Entre outros não enxergam
utilidade em saber um pouco mais sobre as opiniões que moldam nossas atitudes.
No entanto, pode não ser absurdo constatar que, até para se conhecer um pouco
mais, importa saber como os conceitos se desenvolveram e acabaram por formar as
concepções. Derivo para outro tema para me instar. Entre dos muitos exemplos é
a nossa cultura própria trazemos uma provocativa análise de como a mentalidade
ocidental foi influenciada pelos valores do Cristianismo há séculos pretéritos que presentemente permanece sendo o termômetro direcional da humanidade. (aqui e ali). Ao longo dessa
história se consegue mostrar como os valores básicos da religião cristã
estiveram em tensão interna e externa. No interior de suas escrituras e de suas
estruturas hierárquicas. Tensões que levaram o Cristianismo ao grande cisma da
Reforma Protestante deflagrada por Martinho Lutero, em 1520. Mas os valores
cristãos também moldaram as crenças e pressupostos até mesmo de movimentos que
não se reconhecem como cristãos. A reforma da Igreja Católica promovida por
Gregório VII. Que, em 1076, estrategicamente impulsionara a separação entre
Igreja e Estado e afirmara o primado do papado sobre os católicos. Muitos dos
eventos que já conhecíamos pela Bíblia ou através dos livros de história vão
sendo revelado a partir de perspectivas que antes não havíamos imaginado. Passa
pelos contrastes entre os papas e seus legatários em momentos de degradação
como o das guerras religiosas e a Inquisição deflagrada pelo papa Inocêncio III
em 1215 e aprofundada pelo papa Gregório IX em 1231. Mas também realça momentos
sublimes como os de São Francisco, São Martim ou Santa Elizabeth, em que os
valores fundantes do amor ao próximo e da paz também foram moldando a mentalidade
ocidental. Lançado pelos criadores do Direito Canônico nos anos 1200 em
Bolonha. E que chegam até os movimentos pelos direitos civis e à
contrarrevolução cultural tão bem exemplificada pelos Beatles. Imaginar um
mundo de fraternidade e paz entre todos os povos. Ele nos apresenta o Cristianismo como a mais influente estrutura de explicação
do sentido da existência humana. Como ocorreu com o Marxismo-leninismo. Que, na
análise do nosso autor, trocou os profetas cristãos por um profeta
‘científico’. Não faria muito sentido sem a versão bíblica de que Deus criou a
humanidade à sua imagem e semelhança. E que o filho de Deus morreu para o bem
de todos, judeus ou gregos, escravos ou livres, homens ou mulheres. No entanto avança
que a diminuição da religiosidade em sociedades ocidentais, sobretudo as
europeias, não significa o recesso dos valores cristãos. Esses continuam
profundamente incrustados na mentalidade ocidental. Sem dúvida um livro que
ajuda a compreender a evolução das ideias que nos moldaram. E nos desafia a
revisitar nossas concepções e a entender mais claramente suas origens e DNA.
Qualquer que seja a nossa tribo. Aqui neste aspecto, tudo é universal,
elitista, individualista sempre encaixa no conceito que sociedades se derivam adentro
de um padrão de desconhecimento categórico e até inusitado e procuramos
intender a vivência.
Antônio Scarcela Jorge.
Antônio Scarcela Jorge.
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