sexta-feira, 11 de outubro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA 11 DE OUTUBRO DE 2019


COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
PRATICAMENTE
ESTAMOS NA BANCARROTA

Nobres:
Precisamos inovar conceitos e sair de um marasmo incomum que vivenciamos causado pela irresponsabilidade dos esquerdistas enfim agregados pela ascensão do lulismo e do petismo. Bem antes o Brasil andou na contramão nos anos 1980. Enquanto o mundo tratava de ajustar o Estado à globalização e modernizar a gestão pública, o Brasil apostou em um super Estado burocrático na Constituição de 1988. Oferecemos estabilidade rígida no emprego para os servidores, misturamos carreiras de Estado com carreiras comuns do serviço público, criamos a lei das licitações, engessamos os orçamentos e eliminamos qualquer espaço para a meritocracia na área pública. Criamos um Estado competente para administrar amplos programas de transferência de renda com o objetivo de disfarçar melhor renda para os corruptos, porém com o desleixo, como pode acontecer, foram incapazes de gerenciar uma escola ou um posto de saúde. O resultado é conhecido. A classe média tratou de fugir dos serviços públicos e migrou para o setor privado. Escola particular, saúde e previdência privadas. Os mais pobres ficaram reféns do Estado e sua tragédia. Nas filas do SUS, na escola que não funciona. E não raro nas unidades socioeducativas, quando tudo dá errado. O Estado, que era para produzir equidade, produziu o oposto: aumentou ainda mais o fosso da nossa desigualdade. Não porque "concentrou renda", como anda na moda discursar, mas pela incapacidade de garantir oportunidades básicas minimamente iguais para todos. Nos anos 1990, ensaiamos um ciclo virtuoso de reforma do Estado. Surgiu a figura das organizações sociais e a contra atualização de serviços públicos. Aprovou-se a emenda 19 à Constituição, que, entre outras coisas, determinou a avaliação dos servidores públicos e a possibilidade da demissão por insuficiência de desempenho. Em 2000, veio a Lei de Responsabilidade Fiscal. Depois disso, andamos em marcha lenta. O modelo das organizações sociais pouco andou, na esfera federal, A avaliação dos servidores nunca foi regulamentada pelo Congresso. Faz vinte anos, e não consta que o Supremo tenha se mexido para lidar com isso, sob o argumento da "omissão legislativa". A PEC do Teto, no final de 2016, terminou por escancarar a falência do Estado brasileiro. É o ponto em que nos encontramos. Ou colocamos um artigo, na Constituição, que nos obriga a fazer reformas de verdade, ou afundamos de vez.
Antônio Scarcela Jorge.


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