terça-feira, 7 de maio de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA 7 DE MAIO DE 2019

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
COERÊNCIA A QUEM NÃO EXISTE

Nobres:
Apesar de que o lulismo no período em que governou foi uma maravilha e que o Brasil começou a contar a sua história com Lula, alias em parte é verdade, iniciou o processo de corrupção jamais imaginado no país.  Em consequência deste descalabro imoral o Brasil até hoje não deu certo. Nosso povo continua a sofrer muito. Os serviços públicos seguem péssimos. A corrupção ainda desvia recursos que neles poderiam ser invertidos. A burocracia do estado impede a produtividade e o desenvolvimento. Com partidos que venham se enraizar nas lutas do povo e com líderes que entendam seus problemas. Lula por incrível que possa aparentar, ainda lidera o partido mais forte da oposição. O mais arraigado na sociedade civil. Será que evoluiu seu pensamento na prisão, é incerto, pois o que praticou sempre foi retórico. Em entrevista a imprensa internacional, por permissão descabida do judiciário, como acontece com preso comum através de seus delitos praticados. Mas o que se viu foi mais do mesmo. Ele reiterou sua inocência, com respostas vagas (‘Ela a corrupção, pode ter havido). Mas segue se dizendo vítima de uma conspiração. Que envolveria os juízes da 1ª instância, os do TRF-4 e os do STJ (oito juízes, em três instâncias). Como se não houvesse tantos outros presos, de tantos outros partidos. Insiste que combater a corrupção é ‘uma marca do PT’ seguindo a mesma enganação dele própria e de seu Partido. Longe do que pensam os milhões de brasileiros que preferiram votar em Bolsonaro, que eles procuram esquecer que em plena campanha política foi alvo de atentado as vistas por redes de televisão. Mesmo assim, o eleitorado votou em não permitir a volta do PT no 2º turno em 2018. Lula não diz uma palavra sobre a recessão causada por sua indicada. No tema autocrítica, generaliza a culpa para todos os demais atores. Ou ataca a imprensa, como também faz o outro populismo, o de direita: ‘Devia ter feito a regulamentação dos meios de comunicação’. Na economia, volta ao discurso simplista de que bastaria produzir mais para que o déficit caia. Sem explicar o que fazer para que o empresariado invista mais. Permanece na aposta da polarização. Lula vendo o governo Bolsonaro, tenta ressurgir como a sua antítese. Mas na opinião pública há gente disposta a superar o espírito de seita que se pergunta sobre qual teria sido o efeito de uma entrevista em que Lula pedisse perdão pelos tantos erros que cometeu. Que tal se ele admitisse ter desperdiçado a oportunidade para fazer as reformas estruturais do estado, da política, do sistema financeiro e da economia? E se admitisse que pouco fizesse para mudar um ambiente de negócios que penaliza a produção? E que nada fez para tornar a máquina burocrática menos pesada à população? E que não reduziu os velhos privilégios dos que aparelham o estado? E que a ‘nova matriz econômica’ foi responsável pela maior recessão que o Brasil já teve, por milhões de desempregados, e pelo derretimento de avanços sociais que ele próprio supostamente “apadrinhado” ajudara a conquistar? E se admitisse que seu governo ampliasse uma corrupção que sempre existiu? E  que errou ao eleger Dilma pensando em retomar a cadeira quatro anos depois e que  na época seu partido o PT que então já era rejeitado por 2/3 do eleitorado? E se Lula admitisse que seus erros decepcionassem tantos e ajudaram a desenvolver a revolta contra a política que facilitou a ascensão de Bolsonaro? E se compreendesse que a organização de uma oposição eficaz passa pela construção de um novo projeto nacional? E que insistir no seu partido, sem que este faça autocrítica, só dificulta a construção de uma oposição forte ao atual governo? E se ele respeitasse mais os milhares de militantes não fanáticos de sua base e se sentem constrangidos com suas manobras políticas e seu envolvimento com a corrupção? E se Lula reconhecesse que sua retórica anima a torcida organizada, mas afasta outros setores que poderiam se aliar para enfrentar os grandes problemas nacionais? Ora visualizamos que a manjada e  permanente ‘nós contra eles’ tem apelo eleitoral fácil em tempos de simplificação nas redes sociais e nas bolhas delimitadas pelos expressões. Mas pode perpetuar nossa grande incapacidade de realizar um projeto de desenvolvimento com eficiência como deseja e precisa a maioria dos brasileiros. Isto seria racional e não radical que tanto preceitua.
Antônio Scarcela Jorge.

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