COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
COERÊNCIA A QUEM NÃO EXISTE
Nobres:
Apesar de que o lulismo no período em que governou foi uma maravilha e
que o Brasil começou a contar a sua história com Lula, alias em parte é
verdade, iniciou o processo de corrupção jamais imaginado no país. Em consequência deste descalabro imoral o Brasil
até hoje não deu certo. Nosso povo continua a sofrer muito. Os serviços
públicos seguem péssimos. A corrupção ainda desvia recursos que neles poderiam
ser invertidos. A burocracia do estado impede a produtividade e o
desenvolvimento. Com partidos que venham se enraizar nas lutas do povo e com
líderes que entendam seus problemas. Lula por incrível que possa aparentar, ainda
lidera o partido mais forte da oposição. O mais arraigado na sociedade civil.
Será que evoluiu seu pensamento na prisão, é incerto, pois o que praticou
sempre foi retórico. Em entrevista a imprensa internacional, por permissão
descabida do judiciário, como acontece com preso comum através de seus delitos
praticados. Mas o que se viu foi mais do mesmo. Ele reiterou sua inocência, com
respostas vagas (‘Ela a corrupção, pode ter havido). Mas segue se dizendo
vítima de uma conspiração. Que envolveria os juízes da 1ª instância, os do
TRF-4 e os do STJ (oito juízes, em três instâncias). Como se não houvesse
tantos outros presos, de tantos outros partidos. Insiste que combater a
corrupção é ‘uma marca do PT’ seguindo a mesma enganação dele própria e de seu
Partido. Longe do que pensam os milhões de brasileiros que preferiram votar em
Bolsonaro, que eles procuram esquecer que em plena campanha política foi alvo
de atentado as vistas por redes de televisão. Mesmo assim, o eleitorado votou
em não permitir a volta do PT no 2º turno em 2018. Lula não diz uma palavra
sobre a recessão causada por sua indicada. No tema autocrítica, generaliza a
culpa para todos os demais atores. Ou ataca a imprensa, como também faz o outro
populismo, o de direita: ‘Devia ter feito a regulamentação dos meios de
comunicação’. Na economia, volta ao discurso simplista de que bastaria produzir
mais para que o déficit caia. Sem explicar o que fazer para que o empresariado
invista mais. Permanece na aposta da polarização. Lula vendo o governo
Bolsonaro, tenta ressurgir como a sua antítese. Mas na opinião pública há gente disposta a superar o espírito de seita que se
pergunta sobre qual teria sido o efeito de uma entrevista em que Lula pedisse
perdão pelos tantos erros que cometeu. Que tal se ele admitisse ter
desperdiçado a oportunidade para fazer as reformas estruturais do estado, da
política, do sistema financeiro e da economia? E se admitisse que pouco fizesse
para mudar um ambiente de negócios que penaliza a produção? E que nada fez para
tornar a máquina burocrática menos pesada à população? E que não reduziu os
velhos privilégios dos que aparelham o estado? E que a ‘nova matriz econômica’
foi responsável pela maior recessão que o Brasil já teve, por milhões de
desempregados, e pelo derretimento de avanços sociais que ele próprio supostamente
“apadrinhado” ajudara a conquistar? E se admitisse que seu governo ampliasse
uma corrupção que sempre existiu? E que errou ao eleger Dilma pensando em
retomar a cadeira quatro anos depois e que na época seu partido o PT que então já era rejeitado
por 2/3 do eleitorado? E se Lula admitisse que seus erros decepcionassem tantos
e ajudaram a desenvolver a revolta contra a política que facilitou a ascensão
de Bolsonaro? E se compreendesse que a organização de uma oposição eficaz passa
pela construção de um novo projeto nacional? E que insistir no seu partido, sem
que este faça autocrítica, só dificulta a construção de uma oposição forte ao
atual governo? E se ele respeitasse mais os milhares de militantes não
fanáticos de sua base e se sentem constrangidos com suas manobras políticas e
seu envolvimento com a corrupção? E se Lula reconhecesse que sua retórica anima
a torcida organizada, mas afasta outros setores que poderiam se aliar para
enfrentar os grandes problemas nacionais? Ora visualizamos que a manjada e permanente ‘nós contra eles’ tem apelo
eleitoral fácil em tempos de simplificação nas redes sociais e nas bolhas
delimitadas pelos expressões. Mas pode perpetuar nossa grande incapacidade de
realizar um projeto de desenvolvimento com eficiência como deseja e precisa a
maioria dos brasileiros. Isto seria racional e não radical que tanto preceitua.
Antônio
Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário