COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
A
ILUSÃO SE DERROGOU
Nobres:
O grande sonho de JK estava sendo
consolidado com a transferência do governo da União para o planalto central,
Brasília, que estava sendo construída sob a égide planejadora de Oscar
Niemeyer. Este termo decorreu quando
continha cinco anos de idade quando meu pai Joaquim Scarcela Portela –servidor
público federal-, prestando serviços no então Departamento dos Correios e
Telégrafos – DCT – agência desta cidade de Nova-Russas. Os correios então único
meio de comunicação basicamente em quase todas as pequenas cidades onde as
correspondências por cartas, telegramas e cédulas postais eram enviadas a então
viúvas do processo migratório em Brasília, “fincado ali” em sua maioria
circunstanciada pela sobrevivência também ocasionada pela enorme seca de 1958.
Vários fatores se programavam como a ocupação da região centro-oeste do país,
sendo os meritórios objetivos de um estadista. Entretanto “pousamos o olhar”
durante toda sua existência de mais de meio século da construção de Brasília,
foi enraizada malefícios da política onde ações corruptas enlamearam seus
objetos. Sobrevindos todos estes anos, e acompanhando o desenrolar “ou
enrolar?” da vida política e administrativa do nosso país, infelizmente se
conclui que, acreditava ter como objetivo, abrir novas fronteiras, ocupar áreas
do território brasileiro inexplorado e promover o crescimento social e
econômico descentralizado, transformou-se, pouco a pouco em um verdadeiro
pântano da indiferença, do abuso e da corrupção para ocupantes de cargos
públicos, que chafurdam na lama, ao participarem de toda a sorte de falcatruas
e ilegalidades. A realidade é que, a partir do momento em que se iniciou a
transferência de todos os diversos órgãos de governo para a nova capital, o
distanciamento entre representantes e representados, criou as condições ideais
para que fosse ocultado da população, tudo que de ruim e prejudicial se pratica
nos gabinetes do poder e nas instalações palacianas. Hoje, Brasília oferece ao
Brasil um exemplo de tudo o que há de desperdício, descaso e desrespeito,
servindo como abrigo a verdadeiras gangues, instaladas em seus palácios, gabinetes
e salões, e colocando ao abrigo da vista de todos nós, os praticantes de crimes
de colarinho branco, e os que os servem, por interesse em também beneficiar-se
de privilégios e meios de enriquecimento ilícito. A limitação logística para se
for até lá, a partir de qualquer lugar da Nação, faz com que manifestações e
mobilizações populares, impliquem em elevados custos, muito pão com mortadela,
acampamentos, gastos com transportes, ocupações e quebra-quebras, promovidos à
custa, mais uma vez do nosso dinheiro, distribuído fartamente entre sindicatos,
e movimentos de interesses inconfessos, que tentam se passar por representantes
de pobres e de minorias “sociais”, quando destes na verdade se aproveitam,
fazendo deles simples “massa de manobra”. Todos têm conhecimento de que os
participantes dessas transações subterrâneas, dentre eles os dirigentes e
representantes de sindicatos, movimentos populares e das chamadas minorias,
além naturalmente de políticos, apoderam-se de ministérios, secretarias e
outros órgãos, para fazer deles verdadeiros feudos, onde alocam seus asseclas
para dali comandar o assalto aos cofres públicos, alimentados por nossos
impostos e escondidos sob o manto da distância. Por isso, a pergunta que não
quer calar: Faz ainda sentido, mantermos Brasília, e sua estrutura corrupta e
incompetente como hoje está? A resposta me parece bastante clara, a não
ser que em outubro próximo, usando o voto como elemento higienizador venha a
resgatar Brasília da podridão e da lama em que se encontra afundada, expulsando
os bandos de sanguessugas que lá, já ha tantos anos se instalaram,
transformando o que era sonho em pesadelo. É mais uma história em que a
sociedade poderá se impor.
Antônio Scarcela Jorge.
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