COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
AINDA PREDOMINA A CULTURA MACHISTA
Nobres:
Neste emaranhado
de contradições que esta geração vivencia, onde a violência impera entre outros
meios, se faz atenção da sociedade familiar que será desconstruir a cultura do
machismo que prioritariamente passa, pela educação de homens e também de
mulheres que, muitas vezes, adotam comportamento machista e conservador na
criação de filhas e filhos. Assim, ela perpetua um processo que se arrasta há
séculos no país e se traduz em tragédias, por uma compreensão absolutamente em
relação ao papel feminino na sociedade. As instituições públicas ou privadas
aviltam a mulher, quando depreciam sua capacidade laboral, consolidando a ideia
de que ela deve estar sempre submissa ao comando masculino. O poder público tem
sido negligente diante do aumento das agressões. Faltam delegacias
especializadas e agentes com formação compatível para o atendimento às mulheres
que buscam com base nas leis protetivas, o amparo do Estado, antes de ser a
próxima vítima a sucumbir pelas mãos do ex ou do companheiro violento. Mas não
só isso. Faltam também políticas públicas que garantam amparo social,
psicológico e outros serviços que permitam à mulher recuperar a vida longe dos agressores.
O Judiciário também é leniente com as denúncias. Um exemplo deprimente de
registro da magistratura. Em Brasília, um magistrado libertou marido agressor
que executou a mulher com 20 facadas. O juiz alegou que “não tinha bola de
cristal” para prever a tragédia. Mas boa parte, tanto dos policiais quanto dos
juízes, tem comportamento que traduz a forma distorcida e preconceituosa que
receberam ao longo da vida, o que contamina a tomada de decisões, segmentos do
judiciário é infelizmente mais um protagonista do desgaste e da ausência de
caráter individualista que enoja o poder de julgo. Além disso, o sistema penitenciário brasileiro
por culpa de políticos incapazes e rendidos a corrupção que passaram e ainda
presentemente passa pelo governo da União, atribuição que lhes é pertinente, não
tem capacidade de promover a reinserção dos detentos na vida em sociedade. Pelo
contrário. Quem passa pelos presídios sai pior do que entrou. Mudar esse
cenário de horror exige políticas preventivas, que reeduquem o indivíduo para o
convívio em família. Não há forma de quebrar a cultura do machismo sem muito
trabalho e investimento em educação. É o Brasil das lamentações do seu povo.
Antônio Scarcela Jorge.
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