COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
O ESSENCIAL É SE ARRUMAR
Nobres:
Tornou-se comédia pelos atuais
políticos que estão no poder (Deus seja passageiros) ao querer a reforma
política, desde que ela entre em vigor somente em 2040, quando todos já terão
deixado a política. Em outras palavras, ninguém almeja, de fato, mudar um
sistema pelo qual foi eleito. Sem consenso, a reforma política está emperrada
no Congresso. Os motivos são vários, mas podem ser sintetizados na declaração
dada por um desses parlamentares e ao que parece formam consenso nas suas
opiniões. É uma pena se isto de fato ocorrer porque o Brasil estará dando uma
sobrevida a um sistema político que não representa ninguém. Os partidos estão
desacreditados e os seus integrantes são rejeitados e acusados de corrupção. O
sistema eleitoral elege candidatos com poucos votos enquanto derrotam outros
que tiveram o dobro da votação. E o que se vê são alguns defendendo esta
deformação com necessária à renovação. As esdrúxulas coligações nas eleições
para os cargos legislativos enganam o eleitor ao levá-lo a eleger candidatos
com quem não tem a menor afinidade. E são tantos os partidos que ninguém é
capaz de dizer o nome de um terço deles. O que motiva a formação de tantos
partidos é o acesso ao fundo partidário, uma bolada de R$ 819 milhões e o tempo
de propaganda gratuita no rádio e na TV dentro e fora do período eleitoral. É
evidente que essas deformações dos sistemas político e eleitoral deveriam ser
expurgadas de nossa legislação. Mas, o que está prevalecendo é o interesse de
cada um: os partidos nanicos sempre rejeitaram em função do acesso ao fundo
partidário e ao tempo de rádio e TV; os deputados sem-votos não querem acabar
com as coligações nas eleições proporcionais e lutam contra a criação de
distritos; e há até quem só aceita mudanças se for criado outro fundo de
recursos públicos para financiar as campanhas. No meio de tantos desencontros,
fica a esperança de que o próximo Congresso (apesar do atual quadro os
corruptos terão cerca de 90% reeleitos conforme a projeção aliado a safadeza do
eleitor, que quer apenas dinheiro no dia da eleição) Sobre a manjada clausula
de barreira em que o Congresso Nacional está permanentemente em sintonia (num
tema que ouvir falar quando “criança”) desejam retornar com a nova roupagem uma
retórica que existiu com os “pobres descamisados” que seu inventor levou a
presidência da República, descoberto a farsa do “produtor” quase enterrou o
país e, também se enterrou! Existiu ainda uma forma disfarçada nos anos 50.
Especialmente nos pequenos municípios, onde o eleitor abona “o sim senhor” os
partidos preparavam uma lista de candidatos formais a cargo de vereador e, no
dia da eleição, era eleito a quem interessava. Muitos vereadores foram eleitos
que nem o eleitor tomava conhecimento dessas candidaturas. Existia uma
interação das oligarquias e quem presidia o pleito eleitoral! A safadeza vem de
longe! Como sendo as inovações é plena retórica.
Antônio Scarcela Jorge.
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