sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
SEM CONSISTÊNCIA MORAL

Nobres:
Dentre as aberrações contidas no momento político desta nação onde a corrupção é eleita como prioridade para poder “governar” em certos casos, tem-se por análise a maior chaga da recessão ainda está aberta e sangra: mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados. O mercado informal e a abertura de vagas precárias, com baixos salários, têm amenizado o drama dos que buscam ocupação. É nesse cenário, pouco alentador, que o governo federal enfrenta mais uma batalha. O Ministério do Trabalho está sem comando. Com o olhar voltado às eleições gerais de outubro próximo, o deputado Ronaldo Nogueira (PTB) deixou o cargo em 27 de dezembro. Para substituí-lo, o presidente Temer convidou o líder do mesmo partido, deputado Jovahir Arantes, que também recusou o cargo. No intuito de preservar o espaço dos petebistas no primeiro escalão, uma vez que eles compõem a base parlamentar de apoio, Temer recorreu ao presidente da legenda, Roberto Jefferson, para que indicasse outro nome. Jefferson recomendou a filha, deputada Cristiane Brasil, que chegou a ser nomeada para comandar o ministério. Mas uma ação popular, acolhida pela Justiça do Rio de Janeiro, embargou a posse da deputada, por ela ter duas condenações em ações trabalhistas movidas por dois ex-empregados. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que seria a última instância no caso, reconheceu o direito de Cristiane tomar posse. A ação chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, manteve o impedimento. A Advocacia-Geral da União (AGU) e a própria deputada recorreram, mas o impasse ainda persiste. No momento em que o Planalto se empenha para aprovar a reforma da Previdência, o PTB de Roberto Jefferson parece ignorar os danos que a indicação da deputada tem causado. Aliados e integrantes da legenda dão sinais de grande desconforto para a deputada. A resistência de Cristiane só tem causado constrangimentos ao partido, ao governo e a ela. Apesar de toda a polêmica em torno da indicação da deputada, é preciso respeitar o que determina a Constituição, que assegura, privativamente, ao presidente da República a prerrogativa de nomear e exonerar ministros de Estados. No aspecto constitucional é perfeitamente legal, porém, no atual descalabro imoral que assola o país, vindo de todos os lados, 'a sociedade ética admite', contudo na prática moral torna-se desastrosa esta nomeação, partindo da indicação ao Presidente da República, por parte de uma pessoa que ocupou o cenário político, como parceiro das ações corruptas “o pai da ministra” que motivou a sua cassação pela Câmara dos Deputados, por falta de decoro (moral) e por esta razão encontrou um parceiro que abonou a corrupção como marco de sua sustentação no mais alto cargo da nação.
Antônio Scarcela Jorge.

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