sábado, 3 de fevereiro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 3 DE FEVEREIRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
O VOTO NULO



Nobres:
Com relação à intelectualidade política que nos deprime com as “cenas bulescas” que ora fortalece a seita lulista. Vem sempre em toda eleição desperta num segmento da população despolitizada e perigosa para o regime democrático. É uma convocação para o povo votar nulo: “Todos são corruptos, vamos votar nulo e as eleições serão anuladas”. Na realidade, tecnicamente não existe “voto nulo”. O voto é o “ato político que materializa, na prática, o direito público subjetivo de sufrágio”, o voto é processo de escolha. Portanto, quando a opção é pelo voto nulo ou branco não há tecnicamente voto, pois não houve escolha e, então, não pode causar nulidade de uma eleição por um motivo simples: na eleição majoritária e na proporcional, o número de votos válidos não é aferido sobre o total de votos apurados. Leva-se em consideração tão somente o percentual de votos dados aos candidatos, excluindo-se os votos nulos e os brancos. Entendo que o voto, por si só, não é obrigatório. Se fosse, o eleitor não poderia anular sua manifestação de vontade política. As manifestações “nulas” e a “em branco” não podem ser consideradas “voto” em sentido técnico, pois não são aproveitadas, nem no sistema majoritário, nem no proporcional. “O que é obrigatório” é o comparecimento do eleitor no dia da eleição. Nossa lei eleitoral é clara: na majoritária, será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não computados brancos e nulos. Na proporcional, determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior. Mas se a nulidade atingir a mais de metade dos votos? Haverá ou não nova eleição? Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do País nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, serão julgadas prejudicadas as demais votações e o tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias. Nesta hipótese votar nulo para haver nova eleição! Não é possível anular eleição com as opções “nulo” e “branco”. Devemos ter consciência que, na democracia, o povo, com mais ou menos perfeição, governa-se a si mesmo e decide o seu destino. Faz-se representar, porque o povo é muito numeroso e o instrumento de representação é o voto. Sempre a manifestação nula como um fator alienante. Não deve ser encarada como um protesto de pessoas politizadas, afinal, só serve para manter o “status quo” dos que estão no poder. Portanto, por mais que o eleitor esteja decepcionado com os políticos brasileiros, “vote”, e se você se decepcionar, vote novamente: sempre deve haver uma alternativa melhor. Os “intelectuais” do voto nulo esquecem-se de Maquiavel: na política quem não toma partido é dominado pela política dos que a tomam e manter-se inerte diante da injustiça é escolher o lado do opressor. A intelectualidade opressora transmite ao povo diversas pobrezas: a de espírito, com a estratégia “todos são assim e nada vai mudar”; a material, com a estratégia “pobre é ser um pedinte, necessitado e facilmente comprado”; e intelectual, com a estratégia “quanto mais analfabetos menos politização e mais votos adestrados”. Só existe uma solução: começar a gostar de política, debater como pode melhorar o país, votar consciente e nunca desistir de construir uma rica nação cidadã. Porque, se você vota “nulo”, alguém vota no corrupto. Sua manifestação não tem efeito pois o corrupto é eleito. Só há um método de protesto válido e que causa efeito: votar consciente e excluir do processo eleitoral os corruptos. O voto consciente, eis a grande vacina contra a epidemia da corrupção uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém. Vamos colocar em prática a sua decisão é válida no sentido de desbancar os corruptos, hoje, encastelados no poder.

Antônio Scarcela Jorge.

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