domingo, 28 de janeiro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 28 DE JANEIRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
POR AÇÃO INCISIVA DA JUSTIÇA

Nobres:
O Brasil no momento, foi marcante sobre a sua instabilidade e tornou-se surpreendente pela objetiva ação especialmente o judiciário, conseqüentemente fortaleceu as instituições, cujas fragilidades sempre consistiram numa das fraquezas de nossa democracia, é algo realmente a se comemorar. A condenação de Lula passa aí a ser mais um sinal desse fortalecimento, junto com a prisão de políticos importantes como Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Geddel Vieira, de empresários importantes como Marcelo Odebrecht, Eike Batista, e Joesley Batista, e altos executivos do setor público, como Aldemir Bendine (ex-BB e ex-Petrobras) e Paulo Roberto Costa (Petrobras). Entretanto, não há dúvida que Lula entrou na política como um idealista, que realmente queria mudar o Brasil. Sendo presidente, trouxe para o centro dos debates nacionais preocupações importantes, como a fome e a miséria. Desenvolveu políticas sociais fundamentais para aliviar a pobreza no país, como reapresentou um programa que vinha sendo atendido pelo governo anterior, aprimorou e “rebatizou” o Bolsa Família como também, o Benefício de Prestação Continuada. Do mesmo modo soube valorizar a educação como um todo, com programas importantes como o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, (Fundeb) e o Fies, além da expansão do ensino superior público, como forte interiorização em termos de quantidade. Sua condenação, infelizmente, deve enfraquecer essa preocupação social no país e atrasar o nosso desenvolvimento. Sua gestão também teve várias falhas, como a não promoção de várias reformas que o país precisava, sendo exemplos a tributária, a política e a trabalhista, além da mudança fundamental no pacto federativo. Também absorveu formas antigas de fazer política, perpetuando-as, como a utilização exagerada do toma lá, dá cá no Congresso Nacional. Além disso, falhou ao dar asas a algumas idéias anacrônicas do PT, como o estatismo (valorização da burocracia e excesso de poder ao setor público) e o desprezo pela meritocracia, enchendo de pessoas sem qualificação a estrutura decisória da máquina pública, apenas por serem companheiros de partido. Para culminar nesse erro, colocou a ex-presidente Dilma Rousseff à frente de nosso país, sendo ela completamente despreparada, autoritária e arrogante. Tudo isso gerou uma ineficiência do setor público que custou caro aos nossos compatriotas, inclusive precipitando uma das maiores crises econômicas pela qual o país passou na sua história. Além de sucumbir aos encantos financeiros da corrupção, o ex-presidente também se contagiou com o personalismo típico de quem chega ao poder. Passou a valorizar e dar poder aos bajuladores de plantão, que sempre cercam os governantes. Seu excesso de simpatia com o ex-presidente José Sarney é um exemplo disso, mas vale também para o excesso de poder permitido a Renan Calheiros, Romero Jucá e Dilma Rousseff, por exemplo. Ou seja, a tristeza e decepção com o presidente vão além de seus atos de corrupção, segundo constatou o Judiciário. Ver a provável prisão de um ex-presidente da República que entrou na política com o propósito idealista de mudar o país, tornando-o um Brasil de todos, não só de uma aliança entre a elite e o alto escalão da burocracia pública, não é algo que deveria alegrar ninguém. Deve ser lamentado por causa da óbvia conclusão que mesmo outrora idealistas que poderiam mudar o Brasil sucumbem aos encantos do dinheiro ou patrimônio fácil, sem a contrapartida do devido esforço e competência produtiva, e vendem o Brasil da maioria aos segmentos da elite que estão prontos a trocar os anseios individuais desses inicialmente idealistas por recursos fáceis nas “tenebrosas transações” com os governos. É lamentável perceber que alguns dos que nos “deram a idéia de uma nova consciência e juventude, tá em casa (ou na prisão a qualquer momento), guardado por Deus e contando vil metal,” como identificou Belchior em sua música. É a esperança renovada no País.
Antônio Scarcela Jorge

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