COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ADEPTA DO ANARQUISMO
Nobres:
Nem
nos causou surpresa as declarações da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR),
(surpresa sim, esta senhora ainda está solta quando num país que impõe
seriedade ela estaria com os costados na cadeia junto ao seu digníssimo e
notável corrupto que está preso na Lava Jato em virtude de ter sido
compartilhado com as suas peraltices ou melhor com roubalheira, mas como é
natural foi contemplada com a presidência do Partido dos
Trabalhadores, o PT de tantas lutas em prol da anarquia e da roubalheira. Ela
deveria saber que comunga apenas com seus adeptos ao dizer de que gente
morreria se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse preso, devem ser
repudiadas com vigor, principalmente no momento em que os ânimos se acirram com
a proximidade do julgamento, em segunda instância, da liderança maior do
petismo. No seu desespero natural apelam por todos os lados. A senadora que se
houvesse bom senso e estivesse ainda de olho na corrupção, seria ter a
responsabilidade e o bom senso na defesa da normalidade do funcionamento das
instituições. Bravatas como essa em nada contribuem para a normalidade da vida
democrática, ao contrário, é lenha flamejante a alimentar a fogueira do
radicalismo. Ao proferir tal ameaça, a petista extrapola todos os limites
republicanos aceitáveis, quando tenta constranger, de forma ofensiva, os
desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que vão,
semana que vem, confirmar ou não sentença de nove anos e meio de prisão contra
o ex-presidente Lula, no caso do tríplex do Guarujá, proferida pelo juiz Sérgio
Moro, condutor da Operação Lava-Jato. Magistrados, inclusive, vêm recebendo
ameaças através das redes sociais, o que demonstra o clima de hostilidade
desencadeado pelos apoiadores do petista. De nada adianta o Partido dos
Trabalhadores e seus asseclas distribuírem ameaças para todos os lados, pois é
dever do Judiciário julgar dentro dos preceitos legais, e qualquer que seja a
decisão tomada pelos magistrados do TRF-4 é obrigação de todos é aceitá-la e
cumpri-la, sob pena de colocar em risco a estabilidade democrática. Afinal,
pressupõe-se que na democracia decisão da Justiça tem de ser acatada. Os defensores de Lula, principalmente o seu partido, têm todo o direito de
apresentar recursos contra decisões contrárias ao réu, mas não podem,
definitivamente, dizer previamente que uma decisão da Justiça só será legítima
se coincidir com as suas posições. O PT e seus seguidores agem de maneira
antidemocrática quando bradam, de antemão, que uma condenação do réu em segunda
instância não será aceita. Na verdade, é uma clara afronta ao Estado
democrático de direito, o que certamente é repudiado pela maioria da população
brasileira. Não se discute o direito de qualquer cidadão se expressar e de
divergir, o que é garantido pela Constituição. Mas declarações como as da
parlamentar paranaense tornam-se inaceitáveis. Elas mostram o caráter
autoritário e intolerante da presidente do PT, além do seu apetite em incitar a
violência. Também fica inequívoco o questionamento da legitimidade do
Judiciário. O que se espera é que, no julgamento do recurso de Lula na
quarta-feira que vem em Porto Alegre, seus apoiadores ajam de forma civilizada
e respeitem as leis, evitando qualquer tipo de confronto. Claro está que os
desembargadores responsáveis pela confirmação ou não da sentença de primeira
instância não se deixarão influenciar por qualquer ação estranha aos autos. A
expectativa é de que o julgamento transcorra num clima de tranqüilidade e,
acima de tudo, que a democracia e a lei sejam respeitadas, o que não querem os
grandes da anarquia.
Antônio Scarcela Jorge.
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