COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
Nobres:
Estão cravados nas leituras históricas, obviamente não tínhamos nascido. Costumo rememorar vez em quando fatos antecedentes aos acontecimentos e desta vez pauto e conto fatos da política em todo seu elemento. Em foco no momento a Justiça Eleitoral que surgiu em 1932 que se evidencia o polêmico do voto impresso, excessos de resoluções acontecimento proclamarem poucos minutos antes da abertura das urnas no dia da eleição. É velha esta história, pois bem, a televisão mal chegara ao país na década de 1950 e não estava disponível a todos os lares. As campanhas políticas mais sofisticadas aconteciam através dos jornais, rádios, cinemas e em discos que tocavam na vitrola da classe média. Campanha, mesmo para o povão, acontecia nos comícios de rua, em cima dos palanques instalados nas praças dos bairros ou no centro em qualquer cidade, do menor núcleo urbano ao maior, o vício sempre foi assim. A liturgia do comício, em regra, começava no dia anterior. Um caminhão descarregava os insumos: madeiras, estacas, lâmpadas, cordas, o precário sistema de som e fios que eram estendidos em torno da praça, ligados por um “gato” na rede elétrica para a reprodução do som do microfone nos alto-falantes. Enquanto isso, um carro de som circulava nos arredores e tratava de convidar os moradores das redondezas para o grande evento da noite, azucrinando os ouvidos mais sensíveis. Se o comício fosse ao centro da cidade, programava-se o início em torno do pôr-do-sol para apanhar o distinto público que saía do trabalho. Nos bairros, o falatório começava mais tarde, ocupando o horário depois do jantar, num tempo em que somente havia novelas no rádio. Um locutor contratado pelo candidato tratava de empolgar a massa. (Eu mesmo participei em palanques comandando oradores em sua maioria candidatos nas eleições de então). Os locutores, animadores de espécie praticava crime hediondo contra o vernáculo, mas se fosse radialista de uma cultura excelente o sucesso do palanque estava garantido: era uma oportunidade de a população humilde ver os ídolos políticos em carne e osso. O palanque aquecia com os discursos dos candidatos menos ilustres. Enquanto isso distribuía as chapinhas com os ouvintes, papéis recortados com foto e mensagens dos postulantes às eleições. Os candidatos pagavam às pessoas do local para tal serviço. Tudo deveria se encaminhar para o instante do discurso final, uma apoteose com a fala de um candidato a deputado, senador, prefeito, e governador, aconteceram aqui em Nova-Russas. Era, porém, no interior desse vasto país do século passado que a mobilização para os comícios sofria temperamentos, para usar uma expressão diferente de censura. O efeito do caciquismo político era mais forte no período das campanhas políticas. Chefe que permitisse a influência no seu terreiro de adversários, notadamente opositores do executivo, estava destinado a uma concordata política, quase falência moral. Nas minhas andanças, conheci líderes interioranos de mentalidade arejada, verdadeiros empreendedores no meio rural capazes de serem tolerantes com a liberdade dos opositores. Em plena democracia e de regime de exceção, como o regime militar e a ditadura Vargas tudo foi igual em termos de palanque. Iguais em tudo, na pandemia, sempre na safadeza dos políticos politiqueiros, na marginalidade das excelências, sempre sucessivamente retórico.
Antônio Scarcela Jorge.
Scarcela Jorge
REMINISCÊNCIA
NO
PERÍODO
DE ELEIÇÕES
Nobres:
Estão cravados nas leituras históricas, obviamente não tínhamos nascido. Costumo rememorar vez em quando fatos antecedentes aos acontecimentos e desta vez pauto e conto fatos da política em todo seu elemento. Em foco no momento a Justiça Eleitoral que surgiu em 1932 que se evidencia o polêmico do voto impresso, excessos de resoluções acontecimento proclamarem poucos minutos antes da abertura das urnas no dia da eleição. É velha esta história, pois bem, a televisão mal chegara ao país na década de 1950 e não estava disponível a todos os lares. As campanhas políticas mais sofisticadas aconteciam através dos jornais, rádios, cinemas e em discos que tocavam na vitrola da classe média. Campanha, mesmo para o povão, acontecia nos comícios de rua, em cima dos palanques instalados nas praças dos bairros ou no centro em qualquer cidade, do menor núcleo urbano ao maior, o vício sempre foi assim. A liturgia do comício, em regra, começava no dia anterior. Um caminhão descarregava os insumos: madeiras, estacas, lâmpadas, cordas, o precário sistema de som e fios que eram estendidos em torno da praça, ligados por um “gato” na rede elétrica para a reprodução do som do microfone nos alto-falantes. Enquanto isso, um carro de som circulava nos arredores e tratava de convidar os moradores das redondezas para o grande evento da noite, azucrinando os ouvidos mais sensíveis. Se o comício fosse ao centro da cidade, programava-se o início em torno do pôr-do-sol para apanhar o distinto público que saía do trabalho. Nos bairros, o falatório começava mais tarde, ocupando o horário depois do jantar, num tempo em que somente havia novelas no rádio. Um locutor contratado pelo candidato tratava de empolgar a massa. (Eu mesmo participei em palanques comandando oradores em sua maioria candidatos nas eleições de então). Os locutores, animadores de espécie praticava crime hediondo contra o vernáculo, mas se fosse radialista de uma cultura excelente o sucesso do palanque estava garantido: era uma oportunidade de a população humilde ver os ídolos políticos em carne e osso. O palanque aquecia com os discursos dos candidatos menos ilustres. Enquanto isso distribuía as chapinhas com os ouvintes, papéis recortados com foto e mensagens dos postulantes às eleições. Os candidatos pagavam às pessoas do local para tal serviço. Tudo deveria se encaminhar para o instante do discurso final, uma apoteose com a fala de um candidato a deputado, senador, prefeito, e governador, aconteceram aqui em Nova-Russas. Era, porém, no interior desse vasto país do século passado que a mobilização para os comícios sofria temperamentos, para usar uma expressão diferente de censura. O efeito do caciquismo político era mais forte no período das campanhas políticas. Chefe que permitisse a influência no seu terreiro de adversários, notadamente opositores do executivo, estava destinado a uma concordata política, quase falência moral. Nas minhas andanças, conheci líderes interioranos de mentalidade arejada, verdadeiros empreendedores no meio rural capazes de serem tolerantes com a liberdade dos opositores. Em plena democracia e de regime de exceção, como o regime militar e a ditadura Vargas tudo foi igual em termos de palanque. Iguais em tudo, na pandemia, sempre na safadeza dos políticos politiqueiros, na marginalidade das excelências, sempre sucessivamente retórico.
Antônio Scarcela Jorge.
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