terça-feira, 13 de julho de 2021

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2021 (POSTADO ÀS 7:55 H)

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
MAIS UMA CRISE
ENTRE AS CRISES
 
Nobres:
Retomando a nossa história contemporânea que faço estudo em função das crises a maior a imoral ‘a falta de vergonha’, dominada por nefastos politiqueiros que estão ou se se encostam ao poder político, parece que estamos no império mesmo vitalício (pleonasmo) neste país. A temática sequencial de crises nos reporta o do sistema energético do país, mais explicita em função da energia elétrica que pela falta em algumas regiões do país e atinge literalmente o consumidor em todo Brasil. O modelo brasileiro de expansão urbana, sobretudo no Sudeste, região mais populosa e de maior peso econômico do país, está no limite, como mostra o gargalo da crise energética. Os aproveitamentos hidroelétricos do Sudeste e bacias hidrográficas contíguas se esgotaram. Nos últimos 40 anos, o país teve de fazer novas usinas em regiões distantes. Nem tudo teve alto aproveitamento quanto a binacional de Itaipu, no rio Paraná, na divisa com o Paraguai. No entanto a capacidade de consumo pela industrialização na região Norte não será atingida neste século. E o mais paradoxal é que Manaus, maior cidade da região, não tem abastecimento garantido de energia elétrica que poderia ser suprida por termelétricas a gás. Sem linhas de transmissão de energia elétrica, a cidade usa usinas a óleo combustível e diesel. E quem paga somos nós da região nordeste muitos satisfeitos pela incapacidade racional e adora os políticos centenários das oligarquias. Mesmo assim, naturalmente houve grande avanço da energia eólica, em projetos desenvolvidos, sobretudo no Rio Grande do Norte, no começo do século, após a crise energética de 2001, e mais recentemente em Pernambuco e Bahia. A energia solar também avançou na região, com “fazendas solares” no Piauí, Ceará e Bahia (Chapada Diamantina). A geração eólica tem superado até a geração de energia de origem hídrica, nas usinas do complexo de Paulo Afonso. O problema é que não há linhões de transmissão para o “transporte” desta energia excedente para o Sudeste. Assim, o reservatório de Sobradinho, no rio São Francisco, vai ganhando mais importância por armazenar água a ser transposta para irrigar o sertão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, do que para gerar KW. O caminho natural, diante da oferta de energia, seria a atração de indústrias para os nove estados da região. Entretanto, há muito, falta um plano plurianual concebido pelos governos para ajustar o futuro do país. JK fez isso com o Plano de Metas para “construir 50 anos em 5”, com o binômio energia e estradas, que foi a chave para a atração de projetos de matrizes da indústria automobilística. O último plano digno de nome foi o II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) do governo Geisel, que promoveu a substituição de importações e a modernização industrial do país para enfrentar a crise do petróleo. De fato, em 1978, o rombo na balança comercial foi zerado. Mas a nova alta do petróleo em dezembro de 1979 esgarçou tudo, levou à crise da dívida externa e à renegociação no final de 1982. Vale lembrar que a construção de hidroelétricas (como Itaipu). Parte desta história se transforma “em enredo contínuo” vem se sucedendo, constatado o desleixo dos sucessivos governos que não se amoldam e nem se sensibilizam, deixando de lado uma questão prioritária.
Antônio Scarcela Jorge.
 

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