COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
Nobres:
Vamos “prestigiar o bodejo das esquerdas” que no Brasil do suposto lulismo, antes que elas se sucumbem. Neste País a situação é muito diferente e muito mais séria. Há na extrema esquerda, os pequenos partidos; PSTU, PCdoB, PCO, entre outros que “ideologicamente” acompanham o leninismo, o trotskismo, o castrismo às vezes, mais de uma dessas figuras e, em pelo menos um caso, o stalinismo. Essas tendências de fato existem na Europa, onde são também minoritárias. Só que, aqui, elas têm certo peso de maneira mais evidente no plano das organizações estudantis. Infelizmente, não ficamos nisso: se passarmos desses movimentos radicais e minoritários ao PT, o principal partido de esquerda, veremos que, se o prestígio das ideologias néo totalitárias muda, não muda tanto quanto seria de esperar. É notório que uma parcela considerável de simpatizantes e militantes petistas tem certas ilusões com relação a partidos e movimentos totalitários. Pelo menos parte do núcleo pró-castrista mais duro. No Brasil, pertence ao PT, e não a partidos que em princípio se situam mais à esquerda. E muita gente do PSOL, partido de semi extrema esquerda, também compartilha dessas ilusões. Deve-se considerar também, nesse contexto, o papel dos ativistas que militam principalmente nas universidades, e que promovem certo tipo de ocupações, ou ocupações em série, “cadeiraços” e outros abusos. O caso mais grave é provavelmente o da Universidade de São Paulo acompanhada de perto por outras universidades. Trata-se em parte de militantes de grupos de extrema esquerda, mas há também os que pertencem a partidos de esquerda supostamente mais moderada, além de néo anarquistas e similares. A observar que os ativistas são muito minoritários entre os estudantes, e também que eles muitas vezes agem contra as decisões das assembleias, onde se decide democraticamente. O modelo totalitário está muito presente nessas práticas. Bem entendido, o problema da universidade não começa aí. Durante anos houve movimentos perfeitamente justificáveis por parte dos estudantes apoiados por muitos professores contra a burocracia universitária, a falta de verbas, as difíceis condições de trabalho. Mas um grande número de professores foi perfeitamente indiferente a essas reivindicações; isso se não as denunciou como demagogia irresponsável. As burocracias universitárias e uma massa considerável de docentes de direita contribuíram, e muito, não esqueçamos, para a deterioração da situação. A Polícia Militar não entrou de mão leve, ao fazer as desocupações, o que é absolutamente intolerável. Tudo considerado, contudo, o tipo de violência de esquerda a que se tem assistido há alguns é propriamente lamentável. Que a esquerda não se engane: seus efeitos são negativos. Pode levar à destruição da universidade. Entre outras as esquerdas sem ocupação tende a projetar. Ora, um projeto desses é um suicídio político a curto, médio e longo prazo. Quem desejaria um governo de tipo castrista no Brasil? A esquerda sempre representou uma ideia de ruptura. Ruptura com o capitalismo, como apelido se refugiam em novos nomes e eles mudam muito e podem se transformar no seu contrário, às vezes conservando antigas denominações. Se a esquerda não for capaz de distinguir bem os nomes das coisas porque a história é em grande parte um jogo de esconde-esconde que mobiliza se embaralham, não tem jeito para felicidade de todos.
Antônio Scarcela Jorge.
Scarcela Jorge
CRÍTICA SEM CONSISTÊNCIA
Nobres:
Vamos “prestigiar o bodejo das esquerdas” que no Brasil do suposto lulismo, antes que elas se sucumbem. Neste País a situação é muito diferente e muito mais séria. Há na extrema esquerda, os pequenos partidos; PSTU, PCdoB, PCO, entre outros que “ideologicamente” acompanham o leninismo, o trotskismo, o castrismo às vezes, mais de uma dessas figuras e, em pelo menos um caso, o stalinismo. Essas tendências de fato existem na Europa, onde são também minoritárias. Só que, aqui, elas têm certo peso de maneira mais evidente no plano das organizações estudantis. Infelizmente, não ficamos nisso: se passarmos desses movimentos radicais e minoritários ao PT, o principal partido de esquerda, veremos que, se o prestígio das ideologias néo totalitárias muda, não muda tanto quanto seria de esperar. É notório que uma parcela considerável de simpatizantes e militantes petistas tem certas ilusões com relação a partidos e movimentos totalitários. Pelo menos parte do núcleo pró-castrista mais duro. No Brasil, pertence ao PT, e não a partidos que em princípio se situam mais à esquerda. E muita gente do PSOL, partido de semi extrema esquerda, também compartilha dessas ilusões. Deve-se considerar também, nesse contexto, o papel dos ativistas que militam principalmente nas universidades, e que promovem certo tipo de ocupações, ou ocupações em série, “cadeiraços” e outros abusos. O caso mais grave é provavelmente o da Universidade de São Paulo acompanhada de perto por outras universidades. Trata-se em parte de militantes de grupos de extrema esquerda, mas há também os que pertencem a partidos de esquerda supostamente mais moderada, além de néo anarquistas e similares. A observar que os ativistas são muito minoritários entre os estudantes, e também que eles muitas vezes agem contra as decisões das assembleias, onde se decide democraticamente. O modelo totalitário está muito presente nessas práticas. Bem entendido, o problema da universidade não começa aí. Durante anos houve movimentos perfeitamente justificáveis por parte dos estudantes apoiados por muitos professores contra a burocracia universitária, a falta de verbas, as difíceis condições de trabalho. Mas um grande número de professores foi perfeitamente indiferente a essas reivindicações; isso se não as denunciou como demagogia irresponsável. As burocracias universitárias e uma massa considerável de docentes de direita contribuíram, e muito, não esqueçamos, para a deterioração da situação. A Polícia Militar não entrou de mão leve, ao fazer as desocupações, o que é absolutamente intolerável. Tudo considerado, contudo, o tipo de violência de esquerda a que se tem assistido há alguns é propriamente lamentável. Que a esquerda não se engane: seus efeitos são negativos. Pode levar à destruição da universidade. Entre outras as esquerdas sem ocupação tende a projetar. Ora, um projeto desses é um suicídio político a curto, médio e longo prazo. Quem desejaria um governo de tipo castrista no Brasil? A esquerda sempre representou uma ideia de ruptura. Ruptura com o capitalismo, como apelido se refugiam em novos nomes e eles mudam muito e podem se transformar no seu contrário, às vezes conservando antigas denominações. Se a esquerda não for capaz de distinguir bem os nomes das coisas porque a história é em grande parte um jogo de esconde-esconde que mobiliza se embaralham, não tem jeito para felicidade de todos.
Antônio Scarcela Jorge.
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