COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CIVILIDADE
DE FRENTE
Nobres:
Neste período de pandemia que alcança o coronavírus em quase todo mundo,
o povo se previne com larga atenção pela grave intensidade em que poderá nos
rondar. Segundo estudos da área da saúde, as infecções respiratórias, em muitos
casos, advêm das condições das habitações. Estudos comprovam que moradias com
insuficiente luminosidade solar, umidade excessiva, ventilação inadequada, em
regiões com superlotação e sem saneamento, tornam seus habitantes mais
propensos a doenças como gripes, resfriados, faringite, sinusite, bronquite,
pneumonias entre outros males. O Brasil possui, desde 2008, uma lei que
assegura às famílias de baixa renda a assistência técnica de profissionais
especializados, denominada Lei de Athis e, embora arquitetos e suas entidades
propaguem seu teor, quem deve aplicá-la, o poder público não o faz. As
propagandas enganosas em que o povo adora até em pequeninas cidades
interioranas são distinguidas com honraria por um grupo de “lobistas” abrigados
no poder público que objetiva as ações corruptas como qualidade de vida. Se as
suas regiões centrais apresentam inúmeras edificações que, abandonadas, viram
depósitos de ratos, pombas, morcegos, suas zonas periféricas resistem, carentes
de urbanização, saneamento básico e moradias saudáveis. Não são apenas os
arquitetos que estão dizendo isso. A primeira vez que o poder público tratou da
política habitacional como saúde pública foi em 1848, no Reino Unido. Quase 200
anos passaram e ainda esta gente desconhece. O “coronavírus” presente e se agrega nesta questão, não é causa, é
consequência.
Antônio
Scarcela Jorge.
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