segunda-feira, 16 de setembro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA 16 DE SETEMBRO DE 2019

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CONVIVÊNCIA COM O BRASIL REALIDADE

Nobres:
O Brasil não conhece ou não aceita muito bem o Brasil. Estão tratando o presidente Bolsonaro e a família dele como se fossem extraterrestres. Ele apenas foi eleito para quatro anos na cadeira do Palácio do Planalto conforme determina a Constituição. O fenômeno Bolsonaro saiu literalmente dos ombros da nação. Ele fez do combate à corrupção e aos gastos supérfluos a sua principal mensagem. Ninguém espere um gesto refinado do presidente. Ele é a cara do brasileiro comum que anda de ônibus e molha os pés nas ruas encharcadas dos invernos em galerias entupidas. Cometerá erros e provavelmente acertos. Não fugirá do figurino constitucional porque o Brasil aprendeu lições e descobriu o caminho das ruas quando se faz necessária a defesa da democracia e da República. Dá a impressão que os críticos do eleito da vez nunca tiveram a oportunidade de frequentar e ouvir o que diz o Brasil nas paradas de ônibus, nas estações de metrô, nos botecos da periferia, nas peladas de futebol, nas padarias e nos açougues. Bolsonaro não é Lula. Nem é FHC. E foi em pleno uso desse modal de transporte que Bolsonaro provou o gosto amargo da insegurança pública, esfaqueado sem que o transportador nada pudesse fazer pelo seu passageiro. Ganhou a eleição. Bolsonaro é a periferia que chega ao poder sem as bênçãos da elite intelectual e sem o aceno dos jardins paulistanos. Tanto quanto o cara despretensioso que espera um ônibus mastigando chicletes num terminal de integração suburbano, Bolsonaro jamais passará pela calçada da Academia Brasileira de Letras. Ele recebe o vice-presidente americano para um café da manhã tendo como “pinces de resistência” uns Iogurtes Danone, um litro de Fanta laranja, uma garrafa térmica e uns salgadinhos da padaria mais próxima. O PT de Lula certamente faria algo mais refinado, todos esses requintes estes encontros foi regado às negociatas cujo tema era fortalecer a corrupção e o roubo, padrão natural dessa gente. Bolsonaro ostenta no estilo próprio, bem longe de sofisticações, é a cultura da caserna e da ordem unida que povoa a cabeça do presidente. Ele fez do combate à corrupção e aos gastos supérfluos a sua principal mensagem. Ninguém espere um gesto refinado do presidente. Ele é a cara do brasileiro comum que anda de ônibus e molha os pés nas ruas encharcadas dos invernos em galerias entupidas. Cometerá erros e provavelmente acertos. Não fugirá do figurino constitucional porque o Brasil do fórceps aprendeu lições e descobriu o caminho das ruas quando se faz necessária a defesa da democracia e da República. O lulismo é uma lição absolutamente importante para despertá-lo do juízo crítico do povo brasileiro. Lula é um cara astuto que soube costurar o apoio da intelectualidade brasileira e europeia dos anos 70 para chegar ao poder posando de metalúrgico que “nunca leu um livro”. A linguagem de Lula e as translações por ele usadas em recados eleitorais tinham o endereço certo para uma nação de maioria pobre, carente e analfabeta em grande escala. Afinal, é lá que está o voto. A intelectualidade se incorporou a esse projeto e até aprovou os erros, certamente propositais, de concordância gramatical com que Lula agredia o vernáculo, mas agradava à massa abandonada pela utópica tese da escola pública eficiente como fala para o povo da mídia, o apresentador da Rede Globo Luciano Huck, cujo programa musical se disfarça e se envereda contra Bolsonaro, até tentando sensibilizar o intempestivo Ciro Gomes, enganado quanta tantas vezes que for necessário. Espertos e condutores da mídia oficiosa ajuntada aos escritores, artistas, poetas e seresteiros aderiram ao novo momento indiscutivelmente necessário ao amadurecimento e aprendizado da democracia até hoje inédita em certos aspectos no Brasil. E, no melhor estilo de uma elite que o apoia e que o transformou numa ideia, “o companheiro” (que Deus no defenda) presidente não fez por menos; deixou marcas importantes, mas legou uma nação esmagada pelas consequências de imprevidências, maus feitos e equívocos estarrecedores. O lulismo é uma lição absolutamente importante para despertá-lo do juízo crítico do povo brasileiro. O processo histórico sempre foi este teremos que conceituar. Também neste aspecto, o Plano Real é, até agora, um sintoma muito positivo para a nação atrasada em relação aos irmãos abastados e luminosos e da mesma idade, que nasceram no hemisfério norte das Américas.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário