COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
PRIORIZAÇÃO POR NATURAL
Nobres:
A
reforma da previdência se tornou urgentíssima em as necessidades básicas da
população brasileira nas últimas décadas com as projeções apontam para o
aumento da parcela idosa no Brasil. Em 1960, a expectativa de vida do
brasileiro era de 52,5 anos e, em 2016, passou para 75,6 anos. De acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2060, um quarto da
população deverá ter mais de 65 anos, ou seja, 58,2 milhões de pessoas. Em
2018, essa proporção era de 9,2% (19,2 milhões de pessoas). A previsão de
especialistas é de que em 2040 haja mais inativos recebendo aposentadorias do
que trabalhadores contribuindo. Esses dados, por si só, mostram a necessidade
de priorizar a reforma da Previdência Social neste governo que se inicia. Ao
tomar posse na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mencionou o
desequilíbrio no sistema. Enquanto quem legisla e quem julga as leis no país
recebem as melhores aposentadorias, os trabalhadores têm o menor ganho após
anos e anos de contribuição. Ele acrescentou que, sem a reforma previdenciária,
o governo terá de acabar com a vinculação orçamentária, o que representa o fim
da garantia de um gasto mínimo para áreas como saúde e educação. O cenário que
se apresenta é assustador e aponta para um caos se nada for feito. Este ano, a
estimativa é de que o rombo nas contas da Previdência Social chegue a R$ 218
bilhões. Só os gastos com servidores da União chegarão a R$ 87,5 bilhões, sem
contar estados e municípios. Adiar as mudanças ou fazer arremedos, como foi nos
governos passados, é só protelar um problema que precisa ser encarado por toda
a sociedade. Para enfrentar a questão da aposentadoria pública, o primeiro
ponto, talvez o mais importante e difícil, seria programar uma reforma
previdenciária que promovesse a equidade e também acabasse com fraudes. As
regras atuais levam a uma desigualdade e a privilégios para uma parcela pequena
de aposentados, em detrimento da grande maioria da população. Certo é de que
não adianta mais adiar esse enfrentamento, sob a aflição no sentido de
inviabilizar o sistema e comprometer as aposentadorias num futuro muito mais
próximo do que se pode imaginar. Existe ainda o enfrentamento das organizações
criminosas que encastelaram nos poderes do estado brasileiro sendo
paralelamente forçoso a enfrentar as crises que se instalou no país.
Antônio
Scarcela Jorge.
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