COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
AVANTE BRASIL
Nobres:
A confiança dos brasileiros é que
a posse do novo governo parece trazer esperança ao setor produtivo,
impulsionada pelas promessas do time do ministro da Economia, Paulo Guedes. A
pesquisa Focus mais recente, realizada pelo Banco Central, mostra que a
expectativa dos economistas é de que a indústria tenha terminado 2018 com
crescimento de 1,91%, e acelere para 3,04% em 2019. Umas das causas como a
greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e a crise nas exportações
brasileiras, sobretudo para a Argentina, frearam o ritmo já frágil do
crescimento, sobretudo diante das incertezas que acompanharam o período
eleitoral. Mas o fim do ano trouxe, senão otimismo, uma pausa no desalento. Com
inflação controlada e taxas de juros estáveis, é possível dizer que o
presidente Jair Bolsonaro começa seu governo em cenário relativamente
favorável, diferentemente do que ocorreu com Dilma Rousseff em 2014. A sensação
do mercado é, claramente, de que o pior ficou no passado e prova disso é o
comportamento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que abriu o ano com
cinco altas consecutivas. Apesar da urgência do setor produtivo e da euforia
dos mercados especulativos, no entanto, é do emprego que depende a retomada.
Não há produção que se sustente sem consumo e é aí que o incômodo, o principal
desafio do novo governo, legado pelo lulismo. Enquanto 12,2 milhões de pessoas
buscam trabalho e renda no país, não há como garantir à indústria e ao varejo o
espaço para a sonhada arrancada. No fim das contas, é o dinheiro dos pobres, gigante
em volume, sobretudo no Brasil que provoca as boas ondas em que o setor
produtivo pode proclamar. O salário mínimo, de R$ 954, passou a R$ 998 em
janeiro. Ainda assim manteve ganho real, mas mesmo assim, que, para imprimir
ritmo à retomada, são necessárias medidas que incentivem o emprego, a geração
de renda um fator ausente no governo lulista.
Antônio Scarcela Jorge.
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