domingo, 13 de janeiro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 13 DE JANEIRO DE 2019


COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
AVANTE BRASIL

Nobres:
A confiança dos brasileiros é que a posse do novo governo parece trazer esperança ao setor produtivo, impulsionada pelas promessas do time do ministro da Economia, Paulo Guedes. A pesquisa Focus mais recente, realizada pelo Banco Central, mostra que a expectativa dos economistas é de que a indústria tenha terminado 2018 com crescimento de 1,91%, e acelere para 3,04% em 2019. Umas das causas como a greve dos caminhoneiros, no primeiro semestre, e a crise nas exportações brasileiras, sobretudo para a Argentina, frearam o ritmo já frágil do crescimento, sobretudo diante das incertezas que acompanharam o período eleitoral. Mas o fim do ano trouxe, senão otimismo, uma pausa no desalento. Com inflação controlada e taxas de juros estáveis, é possível dizer que o presidente Jair Bolsonaro começa seu governo em cenário relativamente favorável, diferentemente do que ocorreu com Dilma Rousseff em 2014. A sensação do mercado é, claramente, de que o pior ficou no passado e prova disso é o comportamento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que abriu o ano com cinco altas consecutivas. Apesar da urgência do setor produtivo e da euforia dos mercados especulativos, no entanto, é do emprego que depende a retomada. Não há produção que se sustente sem consumo e é aí que o incômodo, o principal desafio do novo governo, legado pelo lulismo. Enquanto 12,2 milhões de pessoas buscam trabalho e renda no país, não há como garantir à indústria e ao varejo o espaço para a sonhada arrancada. No fim das contas, é o dinheiro dos pobres, gigante em volume, sobretudo no Brasil que provoca as boas ondas em que o setor produtivo pode proclamar. O salário mínimo, de R$ 954, passou a R$ 998 em janeiro. Ainda assim manteve ganho real, mas mesmo assim, que, para imprimir ritmo à retomada, são necessárias medidas que incentivem o emprego, a geração de renda um fator ausente no governo lulista.
Antônio Scarcela Jorge.


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