COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
A
FACE REAL
Nobres:
Segundo contraditoriamente aquilo
que proclamou um aliado do petismo, para os “babacas” a eleição de Bolsonaro
foi à vitória da “casa grande”, da elite, dos ricos, contra o povão? Pensem
assim os que não querem enxergar a realidade e ficam nas suas torres de marfim,
acadêmicas e não acadêmicas, devaneando em torno das próprias ilusões.
Ela foi, isto sim, a vitória do brasileiro comum, honesto, pobre, pagador
regular de impostos, trabalhador e honrado, inconformado com a canalhice geral
da política, e que um dia apostou no PT pensando que ele seria o partido da
renovação que pregava, mas depois se decepcionou descobrindo que se tratava
(salvo exceções, é claro) de uma quadrilha de ladrões da pior categoria. Esse
brasileiro comum passou vinte e quatro anos abafados, mas se expressou agora. Aquilo
que a música famosa pedia, “Brasil, mostra tua cara”, estará acontecendo agora,
embora num sentido provavelmente diverso do desejado pelo autor. O Brasil está
mostrando sua cara: não mais admite conviver com a corrupção; não aceita a
impunidade dos grandes; não aguenta mais as mordomias excessivas das elites, do
Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público; não aceita o comunismo (“a
bandeira brasileira jamais será vermelha”); não tolera totalitarismos (e tolera
ainda menos o totalitarismo de esquerda do que o de direita); não admite
financiar regimes totalitários como o da Venezuela ou de Cuba; respeita a
diversidade e as opções alheias, mas não admite a pregação sistemática da
“desconstrução da heterossexualidade”, para impingir às crianças falsas opções
e comportamentos antinaturais; não concorda em que os valores morais, a começar
pelos da família, sejam destruídos e minados. 2018 de fato, nasceram nos
protestos de 2013 contra a má política, contra os políticos que não
representavam o sentimento nacional e só faziam legislar em causa própria. Mas,
se assim foi, como então se explicaria 2014, - como dizia um vereador
“analfabeto da região no ímpeto da sua inteligência proclamou: - eu não
entendo, porém, compreendo! - quando o povo votou nos candidatos habituais e
até reelegeu a presidente meio maluca? Simples de explicar: não tendo entendido
2013, os partidos impuseram ao eleitor os candidatos da velha política, e o
povo, sem alternativa, teve de escolher naquela forma. Foi preciso que
aparecesse um candidato de fora do sistema embora já vivesse na política há uns
20 anos, mas sempre meio à margem, afastado das grandes lideranças e dos
acordos viciados, candidato que tinha o destemor de proclamar, solitariamente,
aquilo que (ninguém percebia então) era o sentimento escondido do Brasil
profundo. E por isso, porque soube captar e exprimir à distinta “maioria
silenciosa”, ele, quase sem partido, sem tempo de TV, sem fundo partidário, sem
coligações, sem a mídia, conseguiu ganhar. Desde a eleição de FHC, a
política brasileira vem sendo dominada por partidos e programas que não
exprimem o sentimento nacional (afinal, PSDB e PT são farinha do mesmo saco) e
a eles o povo só se conformava por não ter alternativa, mas resmungava sempre.
Direitos somente para os criminosos e bandidos, nunca para as vítimas?
Financiamentos (pagos pelos impostos de todos nós) para invasões de terra? Protestos
que podem até ser justos, mas com o ímpeto de incendiar como aconteceu com o
MST, do homicida José Rainha, uma célula terrorista que sempre teve ação no
país quando do governo bandoleiro de Lula, que depois por várias vezes
promoviam a quebra do patrimônio público como costumeiramente invadiam o
Congresso Nacional e nem se quer passavam po0r delegacias cujos titulares eram
lulistas defensáveis sempre foi a razão desses canalhas. Com essas ações a modo
da anarquia desrespeitavam os direitos de todos, paralisando a cidade inteira?
Defesa somente das minorias que devem ser protegidas, sim, mas não a ponto de
desprezar as maiorias. Pensamento único nas escolas, impondo a mesma visão (deformada)
dos fatos e dos valores onde o superado regime castrista com a junção da
Venezuela se ditavam as normas. Superada em parte por ações estratégicas e
paulatinas em desfavor desta gente, com a desmontagem pelo povo que rejeitou a
aparente democracia dos direitos e mais direitos para os bandidos, o continente
agora começa a respirar com alivio com a derrocada desta gente. Em termos do Brasil
real, que, afinal, está mostrando a sua cara. Obviamente, renasceu a esperança.
Antônio Scarcela Jorge.
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