COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
ENFIM O BRASIL ESTÁ
SAINDO DO PESADELO
Nobres:
O Brasil não admite
conviver com a corrupção; não aceita a impunidade dos grandes; não aguenta mais
as mordomias excessivas das elites, do Legislativo, do Judiciário, do
Ministério Público; não aceita o comunismo (“a bandeira brasileira jamais será
vermelha”); não tolera totalitarismos (e tolera ainda menos o totalitarismo de
esquerda do que o de direita); não admite financiar regimes totalitários como o
da Venezuela ou de Cuba; respeita a diversidade e as opções alheias mas não
admite a pregação sistemática da “desconstrução da heterossexualidade”, para
impingir às crianças falsas opções e comportamentos antinaturais; não concorda
em que os valores morais, a começar pelos da família, sejam destruídos e
minados. 2018 de fato nasceu nos protestos de 2013 contra a má política, contra
os políticos que não representavam o sentimento nacional e só faziam legislar
em causa própria. Mas, se assim foi, como então se explicaria 2014, quando o
povo votou nos candidatos habituais e até reelegeu a presidente meio maluca?
Fácil de explicar: não tendo entendido 2013, os partidos impuseram ao eleitor
os candidatos da velha política, e o povo, sem alternativa, teve de escolher o
que também seria malfazejo. Foi preciso que aparecesse um candidato de fora do
sistema, embora já vivesse na política há uns 20 anos, mas sempre meio à
margem, afastado das grandes lideranças e dos acordos viciados, candidato que
tinha o destemor de proclamar, solitariamente, aquilo que (ninguém percebia
então) era o sentimento escondido do Brasil profundo. E por isso, porque soube
captar e exprimir a genuína “maioria calada”, ele, quase sem partido, sem tempo
de TV, sem fundo partidário, sem coligações, sem a mídia, conseguiu ganhar. Desde
a eleição de FHC, a política brasileira vem sendo dominada por partidos e
programas que não exprimem o sentimento nacional (afinal, PSDB e PT são farinha
do mesmo saco) e a eles o povo só se conformava por não ter alternativa, mas
resmungava sempre. Direitos somente para os criminosos e bandidos, nunca para
as vítimas? Financiamentos (pagos pelos impostos de todos nós) para invasões de
terra? Protestos (que podem até ser justos) mas que desrespeitavam os direitos
de todos, paralisando a cidade inteira? Defesa somente das minorias (que devem
ser protegidas, sim, mas não a ponto de desprezar as maiorias)? Pensamento
único nas escolas, impondo a mesma visão (deformada) dos fatos e dos valores? A
eleição de Bolsonaro foi à vitória da “casa grande”, da elite, dos ricos,
contra o povão? Isto é que pensa os anarquistas e babacas onde ‘esse proclama’
surgiu e se amoldou contraditoriamente um adepto do lulismo! Pensem assim os
que não querem enxergar a realidade e ficam nas suas torres de marfim,
acadêmicas e não acadêmicas, devaneando em torno das próprias ilusões.
Ela foi, isto sim, a vitória do brasileiro comum, honesto, pobre, pagador
regular de impostos, trabalhador e honrado, inconformado com a canalhice geral
da política, e que um dia apostou no PT pensando que ele seria o partido da
renovação que pregava, mas depois se decepcionou descobrindo que se tratava
(salvo exceções, é claro) de uma quadrilha de ladrões da pior categoria. Esse
brasileiro comum passou vinte anos abafados, mas se expressou agora. Este é o
Brasil que está mostrando a realidade.
Antônio Scarcela Jorge.
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