COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
A REALIDADE DA SAÚDE
Nobres:
Scarcela Jorge
A REALIDADE DA SAÚDE
Nobres:
As estatísticas
são relevantes e reais no mundo, são cerca de 1 bilhão de pessoas acometidas
por doenças tropicais negligenciadas nas quais estão ligadas as populações
menos favorecidas econômicas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são
antigas doenças da pobreza que atingem regiões tropicais e subtropicais entre a
população mais vulnerável. Essas doenças são responsáveis por 500 mil mortes
por ano atingindo os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, onde as
precárias condições sanitárias, falta de planejamento urbano e pobreza faz com
que haja uma prevalência e incidência das doenças negligenciadas. Com o advento
da Covid-19, houve um declínio significativo das notificações de novos casos em
razão do isolamento, bem como a descontinuidade efetiva das ações de programas
de saúde pública voltados a essas doenças. De acordo com a OMS, são registradas
mais de 12 doenças tropicais negligenciadas no Brasil. As regiões Norte e
Nordeste, mais desprovidas de saneamento básico no país, apresentam os maiores
índices de doenças negligenciadas, seguidos pela região Centro-Oeste, Sudeste e
Sul. Considera-se doenças tropicais negligenciadas a tuberculose, hanseníase,
dengue, esquistossomose, leishmaniose, tracoma, raiva, doença de chagas, entre
outras. O cenário da pandemia impactou negativamente a assistência à saúde em
prestar atendimento eficaz para tratamento e diagnóstico, visto que grande
parte do orçamento e profissionais de saúde migrou para ações de combate a
Covid- 19, fragmentando assim o sistema de saúde especialmente em países
pobres. Os indicadores dessas doenças apresentam um quadro mais preocupante
pós-pandemia em que o retrocesso das ações, programas e pesquisa é inevitável.
Anos de pesquisa, ações efetivas no controle e transmissão dessas doenças estão
em risco eminente de serem perdidos ou sofrerem prejuízos imensuráveis.
Registro em todo o país de falta de acesso do usuário a assistência a saúde,
interrupção do tratamento, a falta de medicamentos permeiam esse período
de pandemia e pós-pandemia. Um verdadeiro descaso com o ser humano
principalmente, o vulnerável. É essencial priorizar as doenças
negligenciadas em políticas públicas, garantir estratégias concretas nos planos
estaduais e municipais de enfrentamento dessas doenças, utilizar critérios na
avaliação e identificação de famílias em situação de vulnerabilidade econômica nas
quais são acometidas por essas doenças, integrar de forma coesa o poder público
atuante na causa, melhorar infraestrutura, diagnóstico, monitoramento dos
pacientes, possuir uma vigilância de qualidade e ativa. Fechar os olhos para
essas doenças potencializa o erro da estratégia de política à saúde.
Antônio Scarcela
Jorge.
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