COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
REPÚBLICA NO
Scarcela Jorge
REPÚBLICA NO
BRASIL
Nobres:
Recorremos os livros da história da República onde o Marechal Deodoro da Fonseca foi tirado da cama para proclamar à República. Longe de mim, somos republicanos e não há o sistema por excelência, porém na fantástica orquestra dos mais altos interesses é o princípio do sistema no Brasil. por esta razão se direciona a uma geração que sucessivamente empreende a mesma coisa e para cada vez mais de certa forma repudiamos dos políticos. E, em nome da moralidade no trato da coisa pública, o apelo é que não se rendam a atitudes e decisões “menos republicanas”; como se, na atualidade e com as coisas que vão acontecendo, por republicanas tivéssemos a melhor definição para virtudes desejáveis. Nos cento e trinta e dois anos da Proclamação além do benefício de um feriado esticado, não houve quem pedisse explicação razoável para essa coisa que parece distante de sentido porque os poderes vêm cuidando de mostrar que o desejável é levar o país a sacudir velhas poeiras dos vícios que a própria República criou e promoveu. Em severidade, portanto, o que se impõe é rever o que ficou de ruim na herança que vem de Deodoro. A crescente deterioração dos costumes políticos como ainda agora se viu com as emendas parlamentares, já autoriza admitir que a expressão se esvaziasse. Estabelecer que por todos os atos republicanos não significasse que estamos sonhando com a retomada de antigos valores no trato com a coisa pública, porque querem alguns que se trata de rodeio forçado o que apenas suaviza o que é visivelmente traiçoeiro. Vamos à história. Rui Barbosa se desiludira com o novo tempo que chegou para substituir o Império, porque veio como acessório fundamental, o presidencialismo, já no berço suficientemente competente para matar os melhores ideais. Em citações bem medidas e com bons modos o mestre mostrou a decepção. Sem a veemência de Machado de Assis, outro a se decepcionar. O grande escritor pedia aos deuses que afastassem o Brasil daquele mal, porque “em novembro de 1889 nasceu a mais insolente aristocracia que o sol alumiara”. Porém, havendo ou não impropriedade em definir como republicanos de valor indiscutível seriam de todo desejáveis que a política do regime e do sistema se renovasse, sem deformações que vão se avolumando na História, como compra de votos, tráfico de influência e o jogo dos interesses nas permutas de gabinete. Aperfeiçoando-se, a prática política poderá impedir, enquanto houver tempo, de assistirmos àquilo que perturbava o espírito de Milton Campos, meio século atrás: a república decorativa, ao invés de decorosa, sem o enriquecimento ilegítimo que se obtém na votação das matérias em que o governo joga prestígio e testa sua energia.
Antônio Scarcela Jorge.
Nobres:
Recorremos os livros da história da República onde o Marechal Deodoro da Fonseca foi tirado da cama para proclamar à República. Longe de mim, somos republicanos e não há o sistema por excelência, porém na fantástica orquestra dos mais altos interesses é o princípio do sistema no Brasil. por esta razão se direciona a uma geração que sucessivamente empreende a mesma coisa e para cada vez mais de certa forma repudiamos dos políticos. E, em nome da moralidade no trato da coisa pública, o apelo é que não se rendam a atitudes e decisões “menos republicanas”; como se, na atualidade e com as coisas que vão acontecendo, por republicanas tivéssemos a melhor definição para virtudes desejáveis. Nos cento e trinta e dois anos da Proclamação além do benefício de um feriado esticado, não houve quem pedisse explicação razoável para essa coisa que parece distante de sentido porque os poderes vêm cuidando de mostrar que o desejável é levar o país a sacudir velhas poeiras dos vícios que a própria República criou e promoveu. Em severidade, portanto, o que se impõe é rever o que ficou de ruim na herança que vem de Deodoro. A crescente deterioração dos costumes políticos como ainda agora se viu com as emendas parlamentares, já autoriza admitir que a expressão se esvaziasse. Estabelecer que por todos os atos republicanos não significasse que estamos sonhando com a retomada de antigos valores no trato com a coisa pública, porque querem alguns que se trata de rodeio forçado o que apenas suaviza o que é visivelmente traiçoeiro. Vamos à história. Rui Barbosa se desiludira com o novo tempo que chegou para substituir o Império, porque veio como acessório fundamental, o presidencialismo, já no berço suficientemente competente para matar os melhores ideais. Em citações bem medidas e com bons modos o mestre mostrou a decepção. Sem a veemência de Machado de Assis, outro a se decepcionar. O grande escritor pedia aos deuses que afastassem o Brasil daquele mal, porque “em novembro de 1889 nasceu a mais insolente aristocracia que o sol alumiara”. Porém, havendo ou não impropriedade em definir como republicanos de valor indiscutível seriam de todo desejáveis que a política do regime e do sistema se renovasse, sem deformações que vão se avolumando na História, como compra de votos, tráfico de influência e o jogo dos interesses nas permutas de gabinete. Aperfeiçoando-se, a prática política poderá impedir, enquanto houver tempo, de assistirmos àquilo que perturbava o espírito de Milton Campos, meio século atrás: a república decorativa, ao invés de decorosa, sem o enriquecimento ilegítimo que se obtém na votação das matérias em que o governo joga prestígio e testa sua energia.
Antônio Scarcela Jorge.
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