sábado, 6 de novembro de 2021

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 6 DE NOVEMBRO DE 2021 (POSTADO ÀS 6h45m)

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
INDICANTE APRESSADO

Nobres:
Não há como imaginar o contorcionismo do Congresso Nacional para aprovar, em três semanas, todo o essencial do texto-base que regula a lei eleitoral, em tempo de poderem viger, pelo menos, algumas das mudanças propostas. Avizinha-se vertiginosa e atropelada corrida contra o relógio, para que certos itens tenham tramitado, gerando sua validade já para as eleições de 2022. E, mais uma vez, questões importantes podem estar condenadas ao afogadilho, algumas meramente experimentais, carregadas de imperfeições, nascidas prontas para futuras alterações. Contudo, alguns pontos, testados pelo tempo, podem ganhar aprovação dos plenários, com vistas ao próximo processo eleitoral; porque são sugestões que não implicam em maiores divergências quanto ao conteúdo. Figura, no caso, impedir que números de pesquisas sobre tendências sejam divulgados na véspera das urnas. É sabido que, em cima da hora, pode-se maquiar um quadro com o blush do agrado do freguês. Candidaturas de improvável êxito surgem de momento para outro, influenciando votantes carregados de dúvidas, insuficientemente informados, ou, ainda, aparecem para conquistar pobres de espírito e de civismo, que não gostam de votar em quem acham que vai perder. Todos os brasileiros já viram isso. Essa proposta de limitação na divulgação faz sentido. Porém, em relação a instituições pesquisadoras, é delirante exigir, como se incluiu no texto-base, que apresentem percentuais de acerto nos trabalhos que realizaram nos cinco anos anteriores. Eis um convite à burla e ao exercício de números arranjados. Outra entre as peças aprovadas na semana passada, pronta e digna de imediato esquecimento, é o perdão aos partidos que descumprem cotas nas listas de candidatos. Não há por que livrar os que tiveram tempo suficiente para acatar essa e outras exigências relevantes da legislação. Nem teria sido por falta de candidatos em condições de preencher as vagas. Demais, num país onde sobram os partidos, acabar com alguns deles, por descumprimento da lei e do código que os regem, não faria mal maior.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário