quarta-feira, 17 de novembro de 2021

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2021 (EDITADO 8h28m)

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
OCASIÃO DOS ACERTOS
 
Nobres:
Nestes dias que restam do ano, pouco ou nada se pode obter, com relativa margem de segurança, sobre fatos e decisões capazes de exercer influências decisivas no processo eleitoral que se aproxima. A bem dizer, as peças definitivas do jogo sucessório só começam a ser jogadas nas primeiras semanas de 2022. E a primeira delas, já abrindo o calendário do TSE, é exigência às empresas e institutos que operam com pesquisas eleitorais, obrigados a registrar e explicar as conclusões a que chegarem às suas previsões; e, ao mesmo tempo, têm de manter disponíveis os métodos adotados em campo, para eventuais conferências. Trata-se de um direito mais que legítimo, principalmente para os que se sentirem prejudicados ou contrariados. Pode parecer exigência sem importância, mas não é, porque cobra responsabilidade aos que antecipam saber o que pretende o colégio eleitoral. Em toda eleição, há casos de divulgação de falsas preferências e simulações encomendas. Em janeiro, podem-se esperar, os operadores de pesquisas, sendo elas corretas ou não, encontram a forma de ajustar suas conclusões, porque a lei estará de olho. Para contradizer a pouca importância política que se confere às últimas semanas do ano, diz-se que ainda há tempo hábil para importantes filiações partidárias de possíveis candidatos, como se dá com o presidente Bolsonaro com filiação ao PL duvidosa e protelada (e o ex-ministro Ciro Gomes, o eterno candidato derrotado à presidência da República, um pretérito estilo “ademarista”) Mas a ambos, como a outros, restará o direito de mudar de abrigo partidário até sete de abril, conforme muda de Partido entre quase uma dezena nos seis meses que antecederão o pleito. É quando os partidos terão de fechar as portas aos postulantes. Ninguém mais entra. O que permite admitir que até lá fatos novos acontecer. Entre as novidades que vão chegando para dar forma ao ano eleitoral, figura o estabelecimento de controle de gastos praticados por entidades ditas de cunho social, mas ligadas a interesses de candidatos. A liberalidade, nesse particular, é capaz de turvar quaisquer intenções menos ortodoxas, como carrear dinheiro das instituições para socorrer as campanhas. Escapa também deste moribundo 2021 a capacidade de se antever o fim da confusa maratona dos 13 que correm para se viabilizar a terceira via presidencial, e mergulhar no espaço que fica do vácuo da radicalização entre duas candidaturas já conhecidas. Afora o misterioso, fatos que ninguém espera podem acontecem à última hora, para alterar os cenários que os políticos constroem. Mais se tudo tem sua hora, a eleição nunca foi exceção. E como costumavam dizer velhos e cuidadosos coronéis do interior, resistentes a arriscadas decisões fora do tempo.
Antônio Scarcela Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário