quarta-feira, 29 de setembro de 2021

COMENTÁRIO ANTÔNIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2021 (POSTADO ÀS 10?23 H)

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
VOTO OPCIONAL
 
Nobres:
Ficou evidenciado em função do caráter revelador de certa indiferença com o destino coletivo, aliado à notória insegurança de considerável parcela da população em relação aos políticos, promete confirmar, nas eleições de 2022, a tendência histórica dos votos nulos e brancos. É percentual que tem oscilado entre 9% e 11%, o que agora representaria a omissão de um colégio eleitoral de 15 milhões; mais ou menos isso. Se esse universo se consolida, define-se a parte do eleitorado que varia suas convicções entre a inexistência de candidatos confiáveis, o que seria julgamento injusto, pelo que importa em generalização; a desconfiança no modelo eleitoral; ou, ainda, o gesto dos que não aceitam, como algo intolerável, a imposição do voto obrigatório. Por fim, essa massa do eleitorado que se exclui seria a dos que acham melhor optar pela equidistância, quaisquer que sejam os lados para onde caminharem a política e os negócios do país. Pouco lhes importa. Conclui-se, então, que seria malhar em ferro frio a tentativa de desafogar os nulos, recolhendo-os, dando-lhes espaço e vez no cenário eleitoral. Faz-se justa ressalva em relação aos brancos, que são votos ativos, respeitáveis, pois têm direito de não serem condenados a dar preferência ao candidato que apenas parece ser o menos ruim. A lógica do voto válido é a lógica da esmola, que não resolve a miséria. Sem aprofundar avaliações em relação aos indiferentes, pesquisas mais recente sugerem que é um terço do colégio eleitoral os que se confessam indecisos. Mas convém incluir entre estes os que já sabem em quem votariam, mas preferem silenciar. É preciso considerar que, estando o pleito distante, esse dado é expressivo e recomenda prudência, porque as indecisões de hoje dispõem de potencial para influir no final da jornada. Como também, há que se admitir que parte dos que não confessam vem de silenciosa expectativa em relação a uma terceira via na sucessão presidencial.
Antônio Scarcela Jorge.

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