COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
O PAÍS
Scarcela Jorge
O PAÍS
NATO
À CONTRADIÇÃO
Nobres:
Neste mundão de contradições acredito ser inédito no planeta o Brasil se conceitua como sendo um país “do é, mais não é” no fasto da minha juventude perguntei a um cidadão quanto ao emaranhado de leis que se situa um mesmo objetivo. O cidadão me respondeu: É a lei do é mais não é, excedente confusa para atormentar o cidadão. As leis são formatas pelo parlamento que desde o advento da República tem se caracterizado como elemento de interesse e corporação, estes indivíduos tem a capacidade impar de impor aos seus abjetos desejos para direcionar a cidadania. Nessa carregada questão sempre voltada a deprimida retórica imbui a legislação eleitoral para se impuser a natureza do voto em ser facultativo ou obrigatório fomenta debates inconciliáveis a respeito do exercício do sufrágio. No âmbito da reforma política que não sai do papel, esta é a única questão que não se refere às instituições ou ao seu funcionamento, mas ao sujeito, no caso, o eleitor. Para ser do mesmo objeto, é claro, duas correntes se mostram incisivas nas suas abordagens. Os defensores da facultatividade referem-na como uma demonstração de evolução política ao permitir que o eleitor manifeste o seu desinteresse eleitoral. Sublinham que a obrigatoriedade implica numa contradição incompatível com a democracia. Acrescentam que a facultatividade assola mais os políticos que os cidadãos porque segundo apontam as pesquisas, a população brasileira não só apoia o voto facultativo como repudia o obrigatório, o que poderia determinar o encerramento de carreiras políticas amparadas no fisiologismo. Aqueles que se assumem contrários à adoção do voto facultativo referem que o obrigatório é essencial à vitalidade do Estado porque a cidadania impõe diversas obrigações, inclusive votar periodicamente para a escolha de representantes. Eles se “contratempo” que o voto é uma expressão tipicamente republicana cuja natureza determina ao eleitor a irrenunciável condição de partícipe na escolha dos governantes. Dificilmente, existe consenso no assunto. Entretanto, acerca de pontos de vista tão conflitantes, há um elemento que se impõe inarredável aos debates: a corrupção. O sistema em vigor apresenta índices robustos e crescentes de mercancia eleitoral, vale dizer, de compra e venda de votos e tais indicativos, associados às cassações de mandatos pela Justiça Eleitoral que não tem condição mínima para decidir em tempo hábil onde os corruptos se proclamam pela esperteza que nesta circunstância zombam, arrotam suas escolhas quando a população é sabedora da autenticidade escusas até reincidentes no crime alguns em fragrante delito. É a essência onde atalha o interpretativo da lei ao modo deles. Neste aspecto para facultar o voto vê-se na pratica o desejo do eleitor ético o marginal nem merece consideração se instar aspira ao facultativo do voto em toda plenitude demonstrada pelas recentes eleições.
Antônio Scarcela Jorge.
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