sábado, 22 de fevereiro de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO 22 DE FEVEREIRO DE 2020


COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
O PAÍS E A POPULAÇÃO VELHA

Nobres:
Há poucos anos, o envelhecimento da população era uma onda prestes a chegar, mas ainda invisível para distinguir organizações e para a sociedade em geral. As mulheres maduras, por exemplo, já representam 13,7% da população, ultrapassando os vinte e nove milhões de pessoas o equivalente a quase três vezes a população de Portugal. Mas nós não estamos envelhecendo como antigamente. Na busca por novos paradigmas do que é envelhecer, as mulheres maduras também têm buscado novos lugares da sociedade. E aqueles que ocupamos até hoje, estão sendo resinificados. Mas, se as mulheres maduras já representam um volume tão grande da população, onde estão afinal? Os idosos não estão na publicidade, menos ainda as mulheres, onde sempre representadas por jovens com beleza esfuziante, um modelo de décadas. Mas o chamado público é responsável por cinquenta por cento do consumo global. Essa miopia do mercado torna invisível o potencial de consumo do mercado maduro. Só no Brasil, a população mais velha gera uma receita de hum trilhão e seiscentos milhões de  reais (R$ 1,6 trilhões) por ano. Mas, enquanto todos os olhares se voltam para as marcas não se dão conta de que o Brasil já tem mais avós do que netos (e nós nos enquadramos neles.) A distorção é gigante. Noventa e dois por cento das mulheres entrevistadas em pesquisa não se sentem representadas no campo da publicidade, por exemplo. Nesta área mesmo quando existem modelos maduras em campanhas femininas, elas estão representadas por velhos estereótipos que ainda as colocam de cabelos em coque e xale. O que é sentido na comunicação, também está refletido nas prateleiras. Mais de quarenta por cento das mulheres maduras reclamam da falta de produtos e serviços para suas necessidades. É um mercado que merece muita atenção, além das casas geriátricas, cada vez em maior número. São as estatísticas por reais estas sim, não envelhecem nunca! 
Antônio Scarcela Jorge.

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