COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
EMPRESA FAMILIAR UMA OPÇÃO
Nobres:
É notório que a principal ocupação pelo individuo
ativo principalmente nos médios e pequenos municípios brasileiros é o acesso ao
serviço público com única fonte de renda estão às prefeituras onde a prática se
restringe a cultura assistencialista por empenho. Entretanto em momento de crise estão surgindo
o empreendorismo. No entanto surge paralelamente a microempresa capitaneada
pela família que ao atingir um determinado grau de desenvolvimento, necessita
refletir também sobre o seu futuro em longo prazo. Como será na aposentadoria
ou na ausência do controlador? Qual o herdeiro será o sucessor ou quem
comandará o negócio da família? A escolha se dará pelo mais velho ou pelo mais
capacitado e preparado? Os herdeiros terão partes iguais ou receberão de acordo
com os seus méritos? Visando a busca pelo melhor caminho, tem que ser levada em
conta a vocação de cada herdeiro para gerir o negócio e respeitar a escolha.
Cabe ao controlador, que deu oportunidade a todos os herdeiros para conhecerem
a empresa, a decisão de escolher quem será o seu sucessor. Muitas empresas
familiares tem negligenciado a feitura desse planejamento, o que aumenta as
chances de se provocar danos de natureza patrimonial ou empresarial e até
emocional. É fundamental para a estratégia e para a sobrevivência das empresas
familiares, a existência de sucessores bem preparados. Essa falta de atenção à
sucessão é a razão principal para o percentual representativo de empresas que
não conseguem chegar à segunda ou a terceira geração. Não é à toa que, na vida
empresarial, existem dois momentos muito perigosos: a constituição do negócio e
a sucessão deste negócio. Também, há um dito popular muito conhecido, o qual
diz que a primeira geração é a que funda, a segunda é a que cresce e a terceira
é a que destrói. Para aperfeiçoar este processo, com a maior agilidade e
economia possível, é vital realizar um planejamento de sucessão patrimonial
profissional. O processo de transição no poder não é simples e, se for deixado
para última hora, as chances de sucesso são muito pequenas. Nesse sentido o
planejamento é fundamental para a continuidade saudável dos negócios. O
programa de profissionalização tornou-se uma questão de sobrevivência para as
empresas familiares. A falta de planejamento societário (qual o herdeiro faz o
quê), o nepotismo (ceder funções importantes para familiares despreparados) e a
atitude emocionada da família durante o processo de sucessão, podem comprometer
a atuação de uma empresa familiar de qualquer porte. Não só o futuro, como,
também, o presente pode ser comprometido com grande perda de desempenho e
competividade, pois com o processo tardio de sucessão pode-se gastar mais
recursos com tributos e burocracia, Além disso, o custo do tempo é muito
elevado e a falta de condições para tomar decisões importantes que nortearão o
empreendimento são fatores que devem ser considerados. Para tanto, a sucessão
familiar deve começar na presença do controlador. Trata-se da pessoa indicada
para a escolha do sucessor, bem como para treinar e desenvolver o escolhido em
suas novas atribuições. Faz-se primordial a escolha de um sucessor que esteja
comprometido com a empresa e que tenha confiança, credibilidade e carisma,
perante os integrantes da família. A definição do sucessor deve estar sempre
ligada a vivência e as habilidades no negócio e no cargo. Por sua vez, o
processo de sucessão deve ser transparente, juntamente com o de transição,
sempre pensando no longo prazo e de forma gradual. Quanto mais tempo o sucedido
tiver para preparar o sucessor, melhor. Esse tempo será necessário para avaliar
o sucessor, treiná-lo, transmitir os valores da empresa e prepará-lo para ser
sucedido no cargo. O período de preparação pode variar em cada caso, sendo que,
normalmente, dura de três a cinco anos. Esse tempo é considerado suficiente,
para que todos os herdeiros aceitem e reconheçam os poderes atribuídos ao
herdeiro sucessor e aos encarregados pela transição. Portanto, a transparência
na escolha do sucessor tem que ser a maior possível, quando a ocorrerá a troca
do sucedido pelo novo gestor. Essa clareza na comunicação e na condução da
profissionalização do negócio, além de salutar, contribui para a sobrevivência,
para o crescimento e para a perpetuidade da empresa familiar e por aí tem que
conciliar preceitos para o sucesso.
Antônio Scarcela Jorge.
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