COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
PROVINCIALISMO GLOBAL
Nobres:
Presentemente, não precisamos mais viajar, em livros ou pessoalmente,
para nos inteirarmos do mundo; online, um “mundo” chega a nós. Mas é um mundo,
ou vários mundos tramados a partir de borbulhas e partes, se quisermos ser mais
elegantes, na realidade não se comunicam. Por gente cada vez menos aberta e
menos investigativa em toda ocasião mais preconceituosa. Não temos mais o homem
estudado, viajado ou cosmopolita como sinônimo de cultura. “Estamos, sim, vendo
o “idiota da aldeia” aquele que ganhou voz com a Internet, e ganhou a ribalta”
para espalhar as vulgaridades, deveras “provincianas”, que aprendeu e desapercebidamente,
nós aceitamos isso. E aí estamos vivenciando o provinciano incurável. Estamos
convivendo com quase todo segmento compartilhando o convívio dos humildes,
sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do campo, na cidade e no país das
assombrações e mistérios, dizem que ainda existem. Sou apolítico de ideologias
e de partido político, enquanto transforma o quadro atual e creio ser impossível
para eu dividir conterrâneos em cores, gesto, quando a terra é uma unidade com
sua gente, embora os espertos procurem nos distanciar no momento em que se
delicia o poder, sabendo eles que a eternidade no poder esbarra bem logo nunca
velocidade do ostracismo evidente. Nunca aprenderam a lição às vistas de todos
e se aprenderam é a causa da sobrevivência do “amadorismo profissional que a
política lhe impõe. O imperativo do ridículo que segue como espectador deste
cenário vicioso e que se aprofunda em malogro. Foram os motivos de minha vida
ora expostos na razão. Nunca pensei em deixar minha terra, fiquei com essa
missão. Andei o possível no espaço e no tempo. Lembro conversas com os velhos que
sabiam iluminar a saudade e não há um recanto sem evocar-me um episódio, um
acontecimento, o perfume da velhice que me chega. Velhas árvores e velhos
nomes, imortais na minha memória toda lúcida embora a minha saúde instável em
certos casos “sejam traiçoeiras” em função do AVC que me deixou sequelas
irreversíveis. Hoje, entretanto, vivemos outro tipo de provincialismo,
terrível, que, por incrível que pareça, é fomentado pela própria globalização,
em especial a globalização digital qual afasta pessoas do diálogo. Não pretendo
divulgar a escrita com o lançamento de livros, conheço “escritores” medíocres
que editam seus livros para “ganharem fama de escritores” e são escolhidos por
políticos decadentes em busca de se notabilizar, aqui tem tudo de esquisito que
o mundo exterior possa ver, aqui tem cientista político que nunca foi à escola,
e o trágico são “bajulados” pelos políticos fomentados pela ânsia de poder. A
nossa terra deveria se auto proclamar como a capital mundial da distorção e da
contradição. Finalmente sempre digo e direi.
Antônio
Scarcela Jorge.
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