sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA 27 DE DEZEMBRO DE 2019


COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
PARLAMENTA
RISMO INFOR
MAL NO BRASIL

Nobres:
É inegável que na prática o exercício informal do parlamentarismo onde as ações do presidencialismo chefiado pela Presidência da República, desde a promulgação da atual Constituição se tornou refém de propostas negociadas pelo Congresso Nacional sempre carregada de negócios escusos. Durante esse período de ocorrências com a pluralidade interpretativa dos agentes corruptos serviu de suporte para esta gente que se integrou uma instabilidade política por sucessivos arranjos de crise e outras metodologias que foram formatadas na Carta constitucional do país. No contexto, a poucos dias do encerramento do ano legislativo, o senador José Serra, um parlamentarista convicto, apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição instituindo o sistema parlamentarista de governo. Adepto histórico do modelo de gabinete, o proponente fundamentou sua PEC com solidez distribuindo as tarefas estatais de modo racional. O conteúdo da iniciativa evidencia o que há muito já sabemos: a causa maior do limbo presidencialista, em tese, está na concentração da chefia de governo à de Estado agravada pelo fisiologismo do Poder Legislativo. Mais que isso: o caráter de tantos e quase ilimitados poderes constitucionais pelo chefe do Executivo mostra-se nocivo. Ora, é pouco lógico, no terceiro milênio, que uma só pessoa satisfaça eficazmente os partidos que lhe dão sustentação, supervisione setores complexos da administração pública, decida os rumos econômicos e concilie crises entre poderes e correligionários. Em contradição quando o governo atual eleito pela maioria do eleitorado brasileiro, só agora o Senador Serra, “acordou” mesmo assim, somos partidários do sistema parlamentarista onde as principais nações da Europa/Ásia, se desenvolvem na cultura, educação, estrutura, desenvolvimento em que nosso Brasil é próspero na “fabricação das estatísticas” onde aqui, tudo é ótimo nesses esteios. Levando também em consideração que o sistema parlamentarista, florente no mundo inteiro, está mais próximo da realidade. Reúne maiores chances de acerto perante os obstáculos. Reveste a democracia de pragmatismo. Absorve as crises de funcionamento do governo sem comprometer o desempenho e a legitimidade do regime e das suas instituições. Mundo afora, viabiliza a participação igualitária de homens e mulheres no poder. É o único onde há uma intervenção decisória do parlamento no processo governamental. Por sua natureza, é o que atribui nitidez ostensiva às maiorias e minorias que se formam no Legislativo. O maior obstáculo à expansão do parlamentarismo entre os brasileiros está no desconhecimento das suas principais premissas. Quando os seus adversários mais passionais argumentam que a queda do gabinete leva à convocação de novas eleições, e que isso é sinônimo de crise, negligenciam no quesito elementar: trata-se exatamente do contrário. A sua destituição é que vai evitá-la ao permitir a troca do governo sem estagnação. Tudo indica que a introdução do parlamentarismo refletiria numa guinada positiva de conceitos. Porém, o mesmo, sozinho, não resolve tudo. Não expressa uma solução salvacionista ou receita mágica, mas evolução de Estado e sociedade, mas um novo alento nas relações dos Poderes, em síntese poderá dar nova dinâmica para o progresso político do nosso Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.

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