COMENTÁRIO
Scarcela JorgeIMORALIDADE ESTANDARDIZADA
Nobres:
Arguindo a lógica ninguém quer que condenados por corrupção,
a não ser adequado, segundo os padrões atuais da civilização. Mas também não é
justo que vão para casa rindo, de todos nós. Como se fossem pessoas de bem. Safados,
literalmente safados e ladrões e se orgulham disso, isso é Brasil. E se
divirtam. E comemorem, indo a churrascarias luxuosas. E flanem pelo mundo, nos
seus jatinhos, com as fortunas que acumularam. Apropriadas de todos nós.
Sobretudo por serem tão diferenciados, como ricos empresários ou políticos
poderosos, é fundamental que tenham penas exemplares. E as cumpram nas
penitenciárias. Democracia é isso. Até para mostrar, ao indeterminado cidadão
comum, que o crime não compensa. A exceção de Lula um canalha que todos os
corruptos que tem “rabo preso” Apesar disso, não falta quem brade pela prisão
só depois de julgados os casos por STJ e Supremo. Quando prisão em primeira ou
segunda instância, só para lembrar, é a regra no mundo todo. Só que isso
incomoda. Especialmente corruptos, seus advogados ou militantes que têm líderes
partidários presos ou em vias de o ser, por tão infame crime. Sem contar
suspeitosos defensores dos direitos humanos, em outros países, querendo que
sejamos o único em que criminosos permanecem soltos depois de julgados por
tribunais. Achamos graça quando protestam contra a prisão de Lula. Onde moram,
sabem disso, ele já estaria preso. Não protestam contra o fato de que réus vão
para a cadeia, nos seus próprios países, antes de manifestação do Supremo. Mas
protestam, em relação ao Brasil. Como se fosse apenas perseguição política. Ou
violência contra os direitos humanos. Só mesmo rindo. Como se vê um palhaço que
“deu” notoriedade nacional na condição de deputado Federal aqui na “aldeia”
Ceará. Mas há outras consequências dessa tese que é bom lembrar. É a simbologia
da enganação por antecedentes criminais transparentemente expostos. Uma é que
ninguém mais vai fazer colaboração premiada. Posto que nunca seriam presos. Ou
quase nunca. Outra é soltarmos a granel. Temos 726.712 presos, no país. Mais de
metade sem sentença definitiva, no Supremo. Entre esses também estupradores,
assassinos, chefes de tráfico. Queremos que vão todos para as ruas? É isso? Com
prisão provisória são (cerca de) 240 mil. E com mandatos de prisão por cumprir,
(cerca de) 500 mil. As estatísticas sim, determina a verdade. Para ser
coerente, essa gente deve pleitear que ninguém mais seja preso. Nenhum deles.
Posto não ter sentido prender se são inocentes, como proclamam. Ao menos até
pronunciamento do Supremo. Todos soltos, então, é o que pretendem? Todos os
estupradores? Todos os matadores? Todos os chefes do tráfico? Mesmo sabendo
que, uma vez nas ruas, ninguém vai mais conseguir prendê-los? Essa gente vai
ter que dizer isso claramente. Querem todos nas ruas? Para deixar Lula livre,
devemos soltar Sérgio Cabral e Eduardo Cunha? O goleiro Bruno e outras lástimas
humanas que no momento são poderosos. Os traficantes Marcola e Fernandinho
Beira Mar. Tudo é isonomia e se compartilham então meus senhores, não basta só
vigiar os traficantes. É preciso, também, punir. O cidadão brasileiro proclama
as ações efetivas de um contexto que seria a salvação do país.
Antônio
Scarcela Jorge
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