domingo, 4 de março de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO, 4 DE FEVEREIRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
NO REINO DA ANARQUIA

Nobres:
O ex-presidente Lula ao contrário das pessoas que tem grande religiosidade por ele, mas diante das leis ele na condição de corrupto não é indefectível. Num processo judicial onde se respeitou o direito à ampla defesa, foi condenado pelas práticas de supostas ações criminosas. Recorreu à instância superior e recebeu novo julgamento desfavorável. Sua equipe jurídica tem o direito de explorar todos os recursos legalmente existentes visando à absolvição. A existência de uma escala e escada judicial serve para aumentar a análise e revisão das decisões, pois somos falíveis, inclusive os juízes. No Estado Democrático de Direito, baseado na divisão independente e harmônica dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, cabe ao primeiro criar as leis, ao segundo executá-las e ao terceiro interpretá-las, quando provocado. E assim aconteceu com o ex-presidente, como, aliás, acontece com milhares de pessoas diariamente. Ora, houve uma suspeita que gerou investigação, seguida de denúncia e ação penal, cuja conclusão (até agora) foi pela condenação. O descontentamento é natural e esperado; afinal, ninguém gosta de ser condenado, seja no âmbito cível, seja (principalmente) na esfera criminal. Advogados são contratados para, observadas as regras do jogo, defender os interesses de seus clientes. A imprensa livre tem a função de divulgar os fatos e à sociedade é preservado o direito de manifestar-se desde que no tempo, local e maneira apropriados contra ou a favor das decisões que julga equivocada ou correta.  Lula construiu um caminho tortuoso. Apesar de ser um político desigual, é um cidadão igual, sob o império da lei, e deve respeitar o epílogo de seu destino a ser escrito pelo Judiciário brasileiro. Curiosamente, o que se vê hoje são dois extremos: de um lado, uma desnecessária e provocativa expectativa festiva daqueles que preconizam e torcem pela prisão do ex-presidente ou sua inelegibilidade no pleito presidencial de outubro. De outro, líderes partidários não hesitam em conclamar a militância e fiel eleitorado para, lamentável e perigosamente, empunhar a bandeira da desobediência civil.  No momento atual, é do Judiciário o poder/dever de decidir o destino político e pessoal de Lula. A sua sorte não é tarefa dos estúdios de televisão, megafones em palanques, ruas ou estradas interditadas. Assim como todos nós, Lula logo passará, mas o Brasil ficará. Mas como ficará? Há muitas questões que merecem atenção urgente, como saúde, educação, investimentos, e a recuperação dos empregos entre outras que estão em questão e deverão prover mais ações. É preciso sempre fortalecer as instituições e pensar no médio e longo prazo para que se aumente o poder de competição e riqueza do país. O mundo não está esperando o Brasil amarrar o tênis para começar a corrida presidencial, marco direcional do poder das decisões do país. Aos lulistas tem que se convencer que a anarquia preconizada e aplaudida por eles está passando.
Antônio Scarcela Jorge.

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