COMENTÁRIO
Scarcela JorgeO FANTÁSTICO MUNDO DA CORRUPÇÃO BRASILEIRA.
Nobres:
Mesmo sendo natural que os políticos corruptos que tomaram conta dos
poderes do país não têm limite, acreditamos o mundo é infinito colimado com
estas ações. Neste sentido iremos rememorar a mente curta do povo brasileiro,
especialmente aos que interage a corrupção como principal elemento da vida. As
delações colocam contra a parede o núcleo duro do governo do presidente Michel
Temer (PMDB), com nove ministros sob investigação. Ministros importantes para o
presidente, como Eliseu Padilha e Moreira Franco passam a responder inquéritos
no STF, assim como o alto escalão do Congresso Nacional, incluindo os
presidentes da Câmara Rodrigo Maia (DEM) e do Senado Eunício Oliveira (PMDB), o
líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB), entre outros. Ex-ministros
dos governos Lula e Dilma, assim como os dois ex-presidentes, também são
citados nos depoimentos que vieram a público. Marcelo Odebrecht relata, por
exemplo, encontros com a ex-presidente Dilma e ministros do alto escalão do
governo petista, além de uma série de benefícios em favor do ex-presidente
Lula. Benfeitorias no sítio em Atibaia, repasses ao Instituto Lula, pagamento
por palestras, mesada para o irmão de Lula e outros “favores” são detalhados
pelos executivos da maior empreiteira do país. A teia de corrupção da Odebrecht
mostra que a empreiteira tinha influência em obras públicas federais, estaduais
e até municipais, além de leis aprovadas no Congresso Nacional. Uma relação
promiscua com políticos de todas as partes do país, independente de cor
partidária. Até o momento a Lava Jato havia escancarado um grande esquema de
corrupção dentro da Petrobras. As investigações da força-tarefa mostraram que
as grandes empreiteiras do país se uniram em um cartel para obtenção de obras
na estatal e parte do dinheiro ganho através dos contratos era repassado a
agentes públicos e ajudava a financiar campanhas políticas. A partir dos
depoimentos que vieram à tona nessa semana, porém, ficou claro que a Petrobras
não foi a única atingida pelo escândalo. Através dos depoimentos é possível
identificar uma lista de dezenas de obras públicas em pelo menos 16 estados
brasileiros em que houve irregularidades, espalhadas de norte a sul do país. O
ex-ministro Paulo Bernardo, por exemplo, teria cobrado propina para beneficiar
a Odebrecht em uma obra cujo contrato correspondia a R$ 323,9 milhões. A obra
em questão é a construção da linha 1 da Empresa de Trens Urbanos de Porto
Alegre (Trensurb ), na ligação entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio
Grande do Sul. O deputado federal Marco Maia (PT-RS) e o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha também teriam cobrado propina pela obra. Os delatores também detalham como a Odebrecht
conseguiu aprovação pela Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco
do Brasil) da aquisição de participação em uma torre comercial e shopping
center no empreendimento “Parque da Cidade”, na capital paulista. Um inquérito
aberto pelo ministro Edson Fachin no STF investiga o ex-ministro Guido Mantega,
os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP) e João Carlos Bacelar Filho
(PTdoB-SP), além do ex-deputado federal Cândido Vaccarezza por terem recebido
propina da Odebrecht no caso. As obras públicas não eram o único interesse da
Odebrecht no relacionamento construído com políticos em Brasília. Políticos de
13 dos 27 partidos que compõe o Congresso Nacional passaram a ser investigados
no Supremo Tribunal Federal (STF) por terem recebido recursos ilegais em campanhas
eleitorais. Parlamentares de três
partidos políticos – PSDB, PMDB e DEM – foram citados em inquéritos abertos no
STF por terem supostamente sido beneficiados pela empreiteira como
contrapartida por atuação para aprovação de medidas provisórias de interesse da
Odebrecht no Congresso Nacional. “Mesmo que o compromisso não tivesse sido
acertado explicitamente na hora, é óbvio que se um deputado ou senador atuou em
favor de uma medida provisória, mesmo que ele não tenha dito que demandaria um
recurso por conta daquela medida, criou uma expectativa. E lá na frente ele ia
cobrar”, disse Marcelo Odebrecht em um dos depoimentos. “Mesmo que você não
tenha fechado o compromisso na hora, você tem um compromisso moral e o cara
criou uma expectativa”, completou. Mesmo que o compromisso não tivesse sido
acertado explicitamente na hora, é óbvio que se um deputado ou senador atuou em
favor de uma medida provisória, mesmo que ele não tenha dito que demandaria um
recurso por conta daquela medida, criou uma expectativa. E lá na frente ele ia
cobrar. O patriarca da empresa, Emílio Odebrecht,
relata, por exemplo, a pressão que fez para que a ex-presidente Dilma Rousseff
(PT) assinasse a MP da Leniência. A proposta mudaria as regras dos acordos de
leniência abriria a possibilidade de celebração de acordos diretamente com a
Controladoria-Geral da União, sem obrigatoriedade de participação do Ministério
Público. Rodovias, obras no metrô, construção de usinas, obras de saneamento,
estádios, portos e aeroportos estão na grande lista de obras mencionadas pela
Odebrecht que geraram algum tipo de contrapartida a políticos. Em 2012, por
exemplo, a Odebrecht doou para a campanha de dois candidatos a Prefeitura de
Porto Ferreira, em São Paulo, com o objetivo de conseguir um contrato de
concessão de água e esgoto no município. A então candidata Renata Braga (PSDB)
teria recebido R$ 100 mil para a campanha e o candidato Saldanha Leivas Cougo
(PT), R$ 200 mil. O caso foi remetido à Procuradoria Geral da República em São
Paulo para investigação. “A estratégia era financiar todos os potenciais
ganhadores, inclusive na mesma campanha”, observa o cientista político da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) Fabrício Tômio. “Mostra que é uma
estratégia da empresa, não parece que ela tenha sido coagida a fazer isso”,
completa. O governo PT não foi o único atingido pelas delações da Odebrecht. Os
depoimentos atingiram os cinco ex-presidentes da República vivos: Dilma
Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), Fernando Collor (PTC) e José Sarney (PMDB). A delação também atingiu 12
governadores entre eles, o do Paraná, Beto Richa (PSDB). Os executivos também
delataram caixa dois para diversas campanhas à Presidência da República,
incluindo os candidatos eleitos Lula e Dilma Rousseff, do PT e o tucano
Fernando Henrique Cardoso. Aécio Neves, José Serra e candidatos “nanicos”
também teriam recebido repasses, segundo os delatores. “O que nós temos no
Brasil não é um negócio de cinco anos, dez anos. Nós estamos falando de 30
anos”, disse Emílio Odebrecht. “Os partidos colocavam seus mandatários com a
finalidade de arrecadar recursos para os partidos, para os políticos. E isso é
há 30 anos que se faz”, completou o patriarca do grupo. Ainda dizem que
bandidos entre eles o Lula nada tem que comprove a sua honestidade e de sua
santidade, cruz credo!
Antônio Scarcela Jorge.
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