segunda-feira, 10 de maio de 2021

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA - 10 DE MAIO DE 2021

COMENTÁRIO

Scarcela Jorge

NOS TEMPOS DE ELEIÇÃO

 

Nobres:

Com a urna eletrônica instrumento de aquisição da modernidade política fez “retroagir”, no entanto um simples papelão faz às vezes de cabine para o eleitor enfiar os dedos nas teclas. Votou. Não há mais cédulas, não há envelope, não há goma arábica para fechar o envelope e levá-lo até a mesa, onde presidente, secretário e mesário o rubricavam, a paciência de aguardar o eleitor na angustiosa tortura de assinar, ou desenhar, o nome na sua folha de votação. Nos antigamente das eleições, os candidatos distribuíam sua cédula, que o eleitor, na cabine, colocava no envelope oficial, uma por uma. O envelope ficava gordo. As cédulas eram do tamanho de um cartão de visita, com poucas palavras: Para Governador Fulano de Tal. E daí por diante.  As cédulas eram disputadas. Próximo da eleição, os candidatos iam distribuindo. Depois da eleição, perdiam o significado, como, também, para a gente, perdia a graça. Mas, o que mais me marcou na eleição a última que antecedeu a urna eletrônica foi os cabos eleitorais devidamente uniformizados, uma senha que quem era. A invenção foi enaltecida pelos puxas sacos e tida como o catedrático capaz de “ganhar o “Prêmio Nobel” não sei de que”, mas, o mundo deu muitas voltas e se modificou em função dos tempos e, pouco tempo. O digníssimo até um dia desses foi parar nos costados da justiça pelas mesmas e outras peraltice. Hoje o sábio uniformizou mescla sua turma, senha perfeita. A sala da sessão, sem mais ninguém da mesa, que, assim, simplesmente foi sonegado e facilitava o fato de todas as sessões terem sido instaladas em vários lugares, as salas abertas, ninguém mais com autoridade suficiente para coibir a suave investida. O ambiente facilitava. Se, na seara da Justiça Eleitoral, foi tomada qualquer providência para se apurar, é fato que escapa aos meus conhecimentos. Se circulou qualquer notícia a respeito, não sei informar. E, aliás, nem precisava. Os culpados se denunciaram espontaneamente. Não que tivessem ido confessar a infração ao juiz eleitoral e da comarca. Ninguém teria essa iniciativa, nem tampouco se  atreveria. A denúncia. Dispensava explicação, fato como aquele é preocupação terciária, enquanto a Justiça Eleitoral seguindo pelo atalho em normatizar resoluções e sem estrutura para fiscalizar fatos que nos deixam em dúvidas.

Antônio Scarcela Jorge.


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