COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CONTORNOU
CÍRCULO
CORROMPIDO
Nobres:
A pandemia atingiu todos os círculos da nossa vida e um desses fatores
veio direccionalmente expor a taxa de desemprego atingiu a marca recorde de
14,3 milhões brasileiros no primeiro trimestre de 2021, segundo o IBGE. Por
falta de oferta de empregos formais, a população busca na informalidade uma
maneira digna de levar o sustento de cada dia. Inúmeros são os produtos
expostos nas famosas banquinhas de camelôs ou “empresas de ruas”, que estão
espalhadas em todos os pequenos e grandes centros do País e que não param de
crescer. Mas o que pode estar por trás de produtos sendo comercializados por
centena de milhares de trabalhadores informais. Diante deste cenário, temos
pessoas que buscam exclusivamente o sustento para a sua família, mas que não os
deixam isentos de assédios e cobranças dos “supostos donos” dos espaços
públicos. Além disso, há interesses de quem deveria ter o controle sobre a
situação, assim como oportunidades ocultas de ações criminosas que deveriam
fiscalizar. Em países desenvolvidos com economia sólida, esse movimento seria
um gatilho para uma forte pressão popular contra o governo por geração de
empregos. E por que não há essa pressão por aqui? Simples, pelo fato de a
informalidade ser uma válvula de escape, a qual se pode tudo e fiscaliza-se
nada. Contudo, a omissão em não fiscalizar reflete em perdas de arrecadação
para os cofres dos estados, que, por sua vez, escalona as próprias prioridades
de investimentos e por aí vai. O interesse político tem a real consciência que
é mais fácil deixar como está o povo levando a vida da maneira que for desde
que não incomode ou pressione os nossos representantes no governo e, em
contrapartida, as fiscalizações somente ocorrem para ganhar palco em
reportagens na televisão, configurando um grande teatro. Em constante estado de atenção aos cenários, quem também vislumbrou
oportunidades foi o crime organizado, que explora a falta de fiscalização,
tornando os camelôs pontos de escoamento de cargas roubadas e contrabandos,
entre outras atividades ilegais. E como sabemos se estamos comprando produtos
lícitos ou ilícitos? Essa resposta não é algo simples de identificar, mas uma
boa dica é: se o produto tem um preço incompatível com o real, desconfie.
Possivelmente é um produto de origem ilícita e, ao fechar a compra, estamos
alimentando e fortalecendo o crime organizado que existe em todos os quadrantes
do Brasil corrupto e marginal. Não podemos fechar os olhos e achar que não
temos nada a ver com isso. O momento indica a ineficiência governamental em
todos os panamás envolve interesses comuns de todos os políticos por meio da
proliferação da informalidade, que na ausência de empregos, permite o
crescimento dessa modalidade sem analisar os malefícios futuros.
Antônio
Scarcela Jorge.
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