domingo, 13 de setembro de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO 13 DE SETEMBRO DE 2020


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RIO

Scarcela Jorge

O PROFISSIO

NALISMO PARTIDÁRIO

 Nobres:

‘Neste sistema de Brasil em tudo’, todas as organizações tenderiam a se tornar oligárquicas a se movimentar em função dos interesses dos que as dominam. Em tese mesmo as originalmente democráticas o sistema partidário brasileiro virou um ‘case’ de confirmação por um Fundo Eleitoral de R$ 2,54 bilhões e por um Fundo Partidário de R$ 959 milhões. Muitos desses partidos sequer elegem diretórios estaduais ou municipais. Mantêm comissões provisórias nomeadas ‘ad eternum’ pelos caciques. Partidos que andam numa pasta debaixo do braço dos seus donos e burocratas que vivem à custa desses fundos com salários e penduricalhos. Contratando serviços de protegidos e familiares e com dinheiro público, porque ‘a democracia tem custos’. Neste aspecto da realidade, esses incentivos explicam por que o país tem mais de 35 partidos, sem que tenhamos tantas ideologias. Fundar um partido virou um grande negócio. Não espanta que o cidadão comum esteja tão distante dos nossos partidos e as insatisfações explodem em sentimentos tripartidos e aí os populistas, de vários matizes, aproveitam-se desses ressentimentos. Apresentam-se como líderes que entendem “de verdade” as aspirações do povo. Em consequência o poder corrompe e pessoas que se iniciaram com a melhor das intenções, não raramente degeneram. A ação política passa a ser vista como a disputa pelos aparelhos como um fim em si. Mesmo que sob o manto de belos slogans e proclamações retóricas e não por acaso, o debate programático é o primeiro sacrificado, sem participação real de suas bases e sem capacidade de pensar inovadoramente, e mais todos os partidos vai perdendo a sua relevância. Essa leniência com os partidos burocratizados e com seus líderes populistas e caudilhos tem raízes em nossa relativização da democracia. “Defendo a democracia, mas...”, torna-se uma visão instrumental da democracia, complacente com a violação das leis, desde que nos favoreça, ou seja, cometida pelos nossos líderes pela brusca mudança de apoio dos beneficiados antes do governo corrupto de Lula onde eles somente ensinaram o remédio e engoliram a bula! Nesse quadro, os partidos transmudam-se em aparelhos de chefes e burocratas que os utilizam para se reproduzir como se a disputa pelo poder, natural da política, não fosse para realizar objetivos coletivos e sim, para perpetuar privilégios de oligarquias partidárias. O exemplo está capitaneado em vários segmentos de políticos profissionais onde apenas formalmente se candidatam para deliciar, “ou mais perfeito”, sobreviver a corrupção consequentemente em proveito próprio.

Antônio Scarcela Jorge.


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