COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
SUPERFICIALIDADE DO SISTEMA POLÍTICO
Nobres:
No Brasil na
prática vivemos em um sistema denominado cientista de “presidencialismo de
coalizão”. Trata-se de um sistema presidencialista no qual a fragmentação do
poder parlamentar em vários partidos faz com que o Executivo tenha que costurar
o apoio do Congresso Nacional aos projetos do seu interesse no “varejo”, o que
faz com que frequentemente se renda ao fisiologismo, ao “toma lá, dá cá” e aos
interesses, nem sempre republicanos, de bancadas de interesses. A crise da
representação política é um fenômeno mundial, na qual a legitimidade dos
partidos políticos como agentes de representação de interesses em corresponder
efetivamente às demandas da sociedade é posta em xeque. O Congresso Nacional
brasileiro, hipertrofiado em face dos Poderes Executivo e até mesmo do
Judiciário, não discute os grandes temas importantes para o país e não funciona
como a caixa de ressonância dos interesses da sociedade que representa.
Mas de quem é a responsabilidade? É evidente que é do eleitor. Muitos sequer
entendem como funciona o sistema das eleições proporcionais, no qual o seu voto
pode servir para eleger um companheiro de chapa com ideias diametralmente
opostas do candidato. Outros trocam o seu voto por dinheiro vivo cuja
procedência se põe em dúvida, também por uma promessa de emprego ou até mesmo
votam simplesmente por amizade, sem conhecer as propostas do
candidato. Rememoramos Ulisses Guimarães quando no inicio da nova
república se instou sobre o Congresso Nacional eleito naquela época - “Está
achando ruim essa composição do Congresso? Então espera a próxima: será pior”.
– Suas palavras se fazem eco no dia de hoje. -Tem safados que foram agora e
serão eleitos quantos pleitos tiverem, é norma da palhaçada que sempre se deram
bem e, porque pra eles, não mudar? Ainda resta esperança que o eleitor neste
contexto seja votar com consciência, analisando detidamente o histórico
dos candidatos e as suas propostas. E depois de eleitos, acompanhar o mandato,
fiscalizando-os, lembrando sempre que, enquanto não vem à aguardada reforma
política, para os males da democracia, o remédio é sempre mais democracia de
fato e não a manjada castrista como se apregoaram no inicio dos anos sessenta
principalmente nas Américas do Sul e Central.
Antônio Scarcela Jorge.
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