sábado, 6 de outubro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE, SÁBADO, 6 DE OUTUBRO DE 2018


COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

MERCHANDISING DO PRESIDENCIALISMO

Nobres:
O nosso país como sempre se transforma no pioneirismo inédito dos arranjos que diante da redemocratização do país, aos poucos, o debate entre os candidatos a presidente da República e a governador se tornou evento midiático. A aliança entre tecnologia e democracia se transformou em instrumento capaz de ajudar os indecisos a definir o voto ou levar os convictos a mudar de opinião em relação ao candidato antes escolhido. Hoje, é quase impossível discutir eleição sem mencionar o comportamento desse ou daquele candidato diante das câmeras. É o momento do olho no olho entre o aspirante e a massa de milhões de eleitores. Não tem tapinha nas costas, beijinhos em crianças, nem reverência carinhosa ao idoso, gestos comuns no corpo a corpo da campanha de rua. O palco é a arena onde os candidatos expõem e discutem ideologias e propostas para os temas que mais afligem a população, e são confrontados a cada questionamento dos entrevistadores e dos concorrentes. Quem responde não pode vacilar. Tem que ser assertivo e ter capacidade de convencer o telespectador de que o seu projeto é o melhor e mais exequível entre os apresentados pelos adversários. Por meio da telinha, os eleitores são os responsáveis por decidir pelo projeto de nação que desejam. Têm condições de avaliar cada um dos concorrentes e pesar qual entre eles é o merecedor do seu voto, ou seja, ser o destinatário da procuração que dará para que as futuras políticas públicas não sejam frustrantes para a maioria da população. As emissoras de televisão cumpriram o papel social e político que as concessões lhes reservam: levar aos lares dos brasileiros de todos os quadrantes o debate e expor os presidenciáveis e os postulantes a governador ao crivo da opinião pública. Ao longo desses 35 dias o duelo entre candidatos dominou a campanha eleitoral. A maioria não revelou o que pretende, mas prometeu além do que, provavelmente, não terá condições de cumprir em questões relevantes para a sociedade: saúde, educação, segurança, saneamento básico, desigualdades, miséria, emprego, reformas estruturais como a previdenciária e a tributária. Temas difíceis e inconvenientes àqueles que buscam se afirmar ante os eleitores. Cada cidadão, ao votar amanhã domingo, deverá escolher com racionalidade quem deverá conduzir o país e o seu estado nos próximos quatro anos. Não é hora de empurrar o Brasil para a aventura que é ficar a ânsia corrupta do lulismo.
Antônio Scarcela Jorge.


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