COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
CONTRA
TUDO E CONTRA TODOS
Nobres:
Há de se reconhecer Jair
Bolsonaro, um político controverso, mas que fez sua campanha sem dinheiro, sem
conspurcar com as velhas alianças políticas, usufruir de Fundo Partidário ou
utilizar-se da máquina estatal para alcançar seus objetivos. Bolsonaro sempre
projetou suas ideias polêmicas sem qualquer parcimônia, ao mesmo tempo em que
não flertou com ideias populistas que garantem votos, nem mesmo quando se
encontrava em posição de desvantagem, por exemplo, com os meros sete por cento em
pesquisas feitas no hoje longínquo abril de 2017. Apenas como exemplo das
ideias que defende, e do estigma causado por seu enfrentamento, não teve a
menor preocupação em promover a polêmica da castração química como forma de combate
à pedofilia e ao estupro afinal, o predador sexual é, por fisiologia, um
agressor contumaz, e ao ser apenas encarcerado e liberado, normalmente mais
cedo por bom comportamento em progressão de pena, tende a ser reincidente;
dessa maneira, será injusto para com a sociedade e até para o próprio criminoso
estar em liberdade sem a castração. Por defender essa tese, Bolsonaro ganhou a
alcunha de desumano e extremista. Também por outras razões, outros adjetivos
lhe foram atribuídos, como o de “nazista”, ainda que Bolsonaro defenda
ferrenhamente o Estado de Israel e a transferência de sua capital para
Jerusalém. Também ganhou a condição de racista e misógino, mesmo que sua mulher
seja afrodescendente e que o candidato tenha praticamente eleito o negro Hélio
Fernando Barbosa Lopes, o “Hélio Negão”, deputado mais votado do Rio de
Janeiro, e feito de Janaina Paschoal a deputada mais votada da história do
país. Para sempre, e para que no futuro a história não seja contada apenas
pelos vencedores, como diz a tão famosa frase atribuída a George Orwell, caso
Bolsonaro seja eleito presidente neste segundo turno, que não ignoremos que
este polêmico deputado federal vindo do chamado “baixo clero” disputou esta
contenda com um partido nanico em comparação com o gigantismo do PT; um regime
de forças historicamente comparável ao confronto bíblico entre Davi e Golias. Não
sabemos ao certo que tipo de governo o candidato fará, nem se honrará seu mote
de campanha, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Mas terá dado a todos
e a cada um de nós um belíssimo exemplo de humildade e coragem, e, à nação, a
esperança de um país melhor. Se Jair Bolsonaro vencer as eleições para a
Presidência, terá entrado para história como o brasileiro que foi à batalha com
um exército de um homem só; que, apenas com suas ideias e a força da democracia
como suas armas, arregimentou um batalhão de milhões de brasileiros que clamam
pela democracia, pela justiça, pela ética e por um presidente que cuide de nós,
brasileiros; desta vez, verdadeiramente como nunca antes na história do Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.
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