sábado, 17 de outubro de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO 17 DE OUTUBRO DE 2020


 COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
IMPERIALISMO EM
CONTRADIÇÃO
 
Nobres:
Diante de uma pandemia promovida pelo um país socialista em que não acredita em Deus e abençoada por segmentos das igrejas que contraditoriamente apoiam a hipocrisia encetada na modernidade religiosa, faz que a sociedade mundial e especialmente do nosso país empreendeu fuga e migrou por outras religiões não só como os interesses desta gente é padrão. É elementar que na época de Jesus não era tão diferente da nossa: o povo vivia esmagado por duas forças: a política e a religião. O governo local, apoiado pelo império romano, excluía e discriminava as pessoas, comunidades ou clãs; a lei de Deus era usada pelas autoridades, para justificar a exclusão. Ao contrário, o Reino de Deus que Jesus anunciava era a proposta de fraternidade que Deus sonhou para todos e não uma observância a ser cobrada ou uma doutrina a ser imposta. Certamente Jesus frequentou escola, pois a Bíblia diz: ‘na sinagoga levantou-se para ler’ e depois de ler ‘enrolou o livro, entregou ao servente e sentou-se’ (Lc 4, 17-20). Apesar de letrado, não ensinava só na sinagoga, mas em qualquer lugar que houvesse gente para ouvi-lo: deserto, barco, monte, caminho, casa etc. Mas a verdadeira escola de Jesus era a vida: o evangelista comenta: Jesus ‘crescia tanto em estatura como em sabedoria’ (c. 2, 52). O exemplo dos rabinos da época, mas de forma diferente, Jesus reúne, ao redor de si, discípulos. Os discípulos seguem o mestre por onde quer que vá, não importa por onde, mesmo que tenha de carregar uma cruz ou subir o calvário. O caminho do mestre nem sempre é fácil; aqui dá atenção especial aos excluídos, ali chama atenção para os fracos do povo e, mais na frente, atenta para a atitude de serviço. Em nossas escolas, a relação que se dá é entre professor-aluno; há muitos professores e poucos mestres e sua relação com os alunos é mais ‘magistral’ (trabalho do grande = magis) que ‘ministerial’ (trabalho do pequeno = minis); mais ‘professoral’ que de serviço e de testemunho. No jeito diferente de Jesus educar, a relação é discípulo-mestre. O mestre dá testemunho e o discípulo segue. Era comum, em Jesus, usar a sabedoria popular (ex. ‘médico, cura-te a ti mesmo’ Lc. 4, 23-24), fatos da vida ou ainda histórias bem conhecidas para popularizar mais seus ensinamentos. O ensino de Jesus não era distante da vida do povo; quando ensina usa parábolas. Os doutores da lei, rabinos e escribas (letrados, formados em escolas) ensinavam que Deus só se manifestava na observância da lei. Jesus, ao contrário, contesta e diz: ‘o Reino de Deus já está presente no meio de vocês’ (L.c. 17 20). O ensino de Jesus, ao contrário de apelar para a lei, era ‘novo’ e ‘dado com autoridade’. A autoridade de seu ensino era sua coerência de vida e sua aproximação com os considerados ‘ignorantes’ e excluídos pelos letrados da época. No episódio da mulher samaritana e  dos discípulos de Emaús, a pedagogia de Jesus se revela assim muito humana: tem sucesso e tem fracasso; quando não dá certo de uma forma, dá de outra. Vamos rumando com independência de religiões fomos nascidos diante do credo onde as tradições seriam eternas. Mas o modismo e a hipocrisia retornaram lamentavelmente no passar das gerações.
Antônio Scarcela Jorge.

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