COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
OPERAÇÃO
LAVA-JATO COMPLETA SEIS ANOS
Nobres:
Em toda história da República, foi a maior investigação realizada pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público da União contra a corrupção no país. Segundo
as estatísticas a senhora da verdade transcendente concretizou-se no momento em
setenta fases que foram decretadas duzentas e noventa e três prisões e
devolvidos aos cofres públicos dezoito bilhões e trezentos milhões de reais (R$
18,3 bilhões). A resistência dos corruptos que ainda se “aterraram” no poder. A
cada etapa, mitos e celebridades da política e da iniciativa privada eram
demolidos pelo envolvimento em falcatruas que subtraíram somas vultosas da
sociedade. Foi escancarada à opinião pública a relação delituosa entre
empresários, políticos de quase todos os partidos, dentro e fora do Congresso,
e detentores de cargos importantes no Executivo e no Legislativo. O que antes
era inimaginável se tornou concreto. Empresários renomados e poderosos foram
investigados, processados e condenados à prisão. Como norma enganosa do PT, ruiu
o lema cunhado na fundação do Partido dos Trabalhadores: “Não roubamos nem
deixamos roubar”. Alguns dos principais nomes do comando da legenda, como José
Dirceu e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram apenados por
participação no escândalo, que implodiu o “búnquer” instalado na Petrobras, uma
das maiores petrolíferas do mundo. À medida que as investigações avançavam,
erodiam as relações sociais e políticas, e emergiam controvérsias sobre as
denúncias. A sociedade brasileira, defensora do combate ferrenho à corrupção,
também se dividiu. O Judiciário foi atingido pela revolta dos cidadãos. Todos
cobravam e ainda cobram punição rigorosa e rápida dos envolvidos. Mas o tempo
da Justiça, ao contrário, nem de longe contempla o ritmo almejado pela
população. No ano passado, após gravações obtidas ilicitamente por hackers,
abriu-se a discussão sobre a imparcialidade da Lava-Jato. A polêmica
impulsionou a elaboração e aprovação de lei contra o abuso de autoridade pelo
Congresso. A nova regra é avaliada como prejudicial ao combate à corrupção e
escudo aos congressistas envolvidos e protegidos pela imunidade parlamentar e até
“homicidas ralés” e de outras ações criminosas são beneficiados por um “segmento
podre da justiça” também publicamente comprometida. Divergências à parte, a
Lava-Jato deixou patente que a estrutura do Estado brasileiro tem capacidade
técnica, material e humana para quebrar esquemas de desvios de dinheiro da
União, implodir grupos corruptos e punir aqueles que infringem às leis. Mesmo
ao alcançar méritos por ora imagináveis, ainda, há variações que aprimorem o
enfrentamento aos crimes cometidos por bandos organizados que desgastam o
erário. Adversários do País se escorregam tentando sobreviver.
Antônio Scarcela Jorge.
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PINCELADAS
No ímpeto em simular
Uma saudação rotineira que caiu no “humor interativo pra todo (mau)
gosto”
- “Bom dia” em nome da imprensa, saúdo ...
- Apelação
a todo modo.
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