domingo, 22 de março de 2020

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - DOMINGO 22 DE MARÇO DE 2020


URBANIDADE DE FRENTE

Nobres:
Neste período de pandemia que alcança o coronavírus em quase todo mundo, o povo se previne com larga atenção pela grave intensidade em que poderá nos rondar. Segundo estudos da área da saúde, as infecções respiratórias, em muitos casos, advêm das condições das habitações. Estudos comprovam que moradias com insuficiente luminosidade solar, umidade excessiva, ventilação inadequada, em regiões com superlotação e sem saneamento, tornam seus habitantes mais propensos a doenças como gripes, resfriados, faringite, sinusite, bronquite, pneumonias entre outros males. O Brasil possui, desde 2008, uma lei que assegura às famílias de baixa renda a assistência técnica de profissionais especializados, denominada Lei de Athis e, embora arquitetos e suas entidades propaguem seu teor, quem deve aplicá-la, o poder público não o faz. As propagandas enganosas em que o povo adora até em pequeninas cidades interioranas são distinguidas com honraria por um grupo de “lobistas” abrigados no poder público que objetiva as ações corruptas como qualidade de vida. Se as suas regiões centrais apresentam inúmeras edificações que, abandonadas, viram depósitos de ratos, pombas, morcegos, suas zonas periféricas resistem, carentes de urbanização, saneamento básico e moradias saudáveis. A primeira vez que o poder público tratou da política habitacional como saúde pública foi em 1848, no Reino Unido. Quase 200 anos passaram e ainda não aprendemos. O “coronavírus” presente e se agrega nesta questão, não é causa, é consequência.
Antônio Scarcela Jorge.

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