sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CISÃO NA BASE ALIADA

 LÍDERES DA BASE DESCARTAM MOVIMENTO 'VOLTA LULA’


Na avaliação de líderes partidários ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a crise deflagrada entre a base aliada no Congresso Nacional e o Palácio do Planalto ainda não compromete as costuras para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Apesar de haver um descontentamento generalizado com a articulação política de Dilma, a rebelião ainda não é suficiente para fomentar um movimento "Volta Lula". "Não estou vendo isso (mobilização pedindo a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República), não estou sentindo isso. E a Dilma tem uma boa avaliação", resumiu o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Censurados pelo próprio Lula, os petistas evitam até tocar no assunto. "O ajuizado é falar que isso (movimento) não prospera", resumiu um cacique do partido. A leitura geral é que enquanto a presidente Dilma sustentar índices elevados de aprovação popular, não há motivo para questionar sua candidatura à reeleição. "Ela tem só que melhorar a articulação política", opinou o líder do PROS na Câmara, Givaldo Carimbão (AL).

Em meio a uma tensão pré-reforma ministerial, os ânimos se acirraram entre Executivo e Legislativo a partir da retenção de R$ 447 milhões de emendas parlamentares de 2013. A insatisfação com a falta de diálogo com o Planalto provocou o surgimento do "blocão", formado inicialmente por deputados das bancadas do PMDB, PP, PSD, PR, PTB, PDT, PROS, PSC e também do oposicionista Solidariedade. No entanto, em uma semana, o grupo já teve duas defecções: PSD e PDT. Apesar de não integrarem formalmente o bloco, os dois partidos mantêm as críticas ao governo. "O único momento em que houve uma relação boa do governo com o Congresso foi no segundo semestre do ano passado", lembrou o vice-presidente do PDT, André Figueiredo (CE).

Os líderes garantem que nas últimas conversas que tiveram com o Planalto não foi questionada a candidatura de Dilma. "Nem discutimos isso, ela (Dilma) é a candidata. Nós tivemos uma DR (discussão de relação) justamente porque temos uma relação. E todo casamento tem DR", afirmou o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE).

Num tom apaziguador, as lideranças dizem que o governo "tem tudo para melhorar a relação com o Parlamento", principalmente se levar em consideração que assuntos espinhosos podem ser aprovados no plenário. Prova disso é o requerimento em pauta de criação de uma comissão externa para acompanhar as investigações do suposto esquema de pagamento de propina da holandesa SBM Offshore a funcionários e intermediários da Petrobras em negócios envolvendo fretamento de plataformas. Apresentado pelo DEM, o requerimento ganhou o apoio do "blocão" e permanece como primeiro item da pauta de votações após o retorno do Carnaval.
Os líderes lembram que o governo precisa "correr" para voltar a ter uma relação harmoniosa com o Congresso e não descartam a possibilidade do movimento "Volta Lula" ressurgir se a situação deteriorar muito. "Eventualmente, se essa crise se aprofundar, pode acontecer", previu Figueiredo.

Fonte: Agência Estado.






Nenhum comentário:

Postar um comentário