domingo, 28 de fevereiro de 2016

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

APOLOGIA INCOERENTE.

Nobres:
O Brasil não pode ficar nesse jogo execrável de interesse político para preservar o mandato de quem quer que seja. Se existe um órgão instituído para auditar as contas públicas, não acatar as suas decisões é como se o País vivesse sob a ótica da anarquia ou do estado de anomia. Ademais, desconsiderar a decisão do tribunal é transformá-lo em figura decorativa e, assim, melhor seria que fosse decretada logo a sua extinção. O cumprimento de normas é uma obrigação de todos, inclusive de governantes. O governo jamais poderia ignorar a competência do tribunal de contas, em sua esperteza criminosa de agir. Não se trata de engessar a governabilidade e nem de dificultar o andamento do País. Trata-se apenas de chamar à responsabilidade quem cometeu crime. Segundo declaração do procurador do TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, “o governo executava despesas sabendo que não dispunha de recursos. Qual a mágica? Usar os bancos públicos como cheque especial.” Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, isso é crime. O controlador (o governo) não pode usar uma empresa controlada (os bancos públicos) para bancar os seus gastos. Ao contrário do que argumenta o governo, essas operações não eram comuns em governos anteriores. Por exemplo, a Caixa é mera repassadora dos pagamentos do Tesouro ao Bolsa Família e a outros programas. Mas, em 2013 e 2014, o governo ficou meses seguidos devendo dinheiro ao banco público, que liberou os recursos dos programas regularmente. Em 2014, às vésperas da eleição, o saldo chegou a ficar negativo em R$ 6 bilhões. O governo diz que sem tais operações não teria como pagar os programas sociais. Ora, se ele torrou o dinheiro e ficou sem caixa, o problema é só dele. Ainda assim foram criadas novas despesas. A verba para o Fies, o programa para financiamento de ensino superior, quase dobrou em 2014. “O objetivo certamente foi passar a sensação de bem-estar à população no ano eleitoral”, disse o procurador Oliveira. Portanto, as pedaladas tiveram objetivos eleitorais, ao permitir a multiplicação de benesses no período de campanha política. Não se pode ter complacência com quem cometeu irregularidade legal. A presidente Dilma conseguiu em pouco tempo destruir toda uma estrutura de desenvolvimento de anos por causa de sua incompetência. A presidente quis transferir o insucesso de seu governo a fatores climáticos, bem como à turbulência da economia mundial de 2008. Só que nesse período o Brasil investiu 2,5% do PIB, abaixo de Peru (4%), Chile (5%), Índia (6%) e China (13%). Hoje o País está desacreditado na comunidade financeira internacional, padece de progressiva inflação, desemprego, fechamento de empresas e, se não bastasse, o povo é chamado a pagar uma conta à qual não deu causa, com o aceno do retorno da CPMF. Portanto ser palhaçada de um governo desmoralizado pelas suas ações corruptas.
Antônio Scarcela Jorge.

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