domingo, 21 de fevereiro de 2016

COMENTÁRIO - DOMINGO, 21 DE FEVEREIRO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

PÁTRIA SEM EDUCAÇÃO.

Nobres:
Neste emaranhado de contradições que está vivenciando o Brasil em ter cedido à corrupção como todo elemento, “ensejou” em ter perdido mais uma posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que acaba de ser divulgado, posicionando-se em 75º lugar dentre 188 países, estando inteiramente relacionado a umas das células causadoras que envolvem a precariedade do ensino. Por esta razão, a educação é um dos três indicadores que compõem esse indicador das Nações Unidas, ao lado da saúde e da renda. A boa escolaridade, contudo, é decisiva para os dois outros requisitos. Afinal, pessoas com boa formação técnico-acadêmica ganham mais, geram mais renda e são mais instruídas quanto aos cuidados com a saúde. Assim, não é sem motivo que o ensino público de qualidade seja considerado a grande base do desenvolvimento. Por isso, é lamentável observar que estamos caminhando na direção contrária do que apregoa o marketing oficial do governo. Na verdade, somos a Pátria “desedificadora”, pois continuamos negligenciando o ensino público, de péssima qualidade, e ainda se passam maus exemplos de cidadania e urbanidade aos nossos jovens, que assistem diariamente aos espetáculos grotescos da corrupção, da incompetência, do oportunismo político e dos “barracos” entre parlamentares e autoridades, reproduzidos na mídia de todo o mundo, para o nosso constrangimento. Um dos exemplos de nossa “deseducação” está em estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual o Brasil aparece em terceiro lugar entre as nações que, proporcionalmente, mais destinam recursos à educação. Seria ótimo não fosse à péssima qualidade da escola pública. Pode-se depreender que o dinheiro está sendo mal aplicado, pois 17,2% dos gastos públicos brasileiros são direcionados ao setor. No entanto, essa conta não fecha. E nem aqui e nem ali!  Vejamos: nosso magistério, numa absurda distorção, é mal pago (um professor em início de carreira no Brasil ganha cerca de 10 mil dólares por ano, menos da metade da remuneração inicial dos docentes de países da OCDE); as escolas, com raras exceções, estão malcuidadas; este ano, cortaram-se e se reduziram os programas federais, estaduais e municipais de compras de livros para os alunos; as universidades públicas estão vivendo graves crises orçamentárias. Assim, cabe perguntar: o que está sendo feito com a terceira maior verba mundial do ensino proporcional à arrecadação? Com um detalhe: temos uma das maiores cargas tributárias do planeta! Tais impostos, aliás, contribuem muito para outro indicador que conspira contra a escolaridade: os materiais escolares têm, em média, alíquotas de tributos superiores a 40%, o que onera muito o seu preço. Quem o País está educando? Quem se pensa que se está enganando. Nos conclusos podemos dizer que os recursos oriundos dos tributos são “fantasticamente” desviados para ações corruptas.
Antônio Scarcela Jorge.

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