quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

TRAGÉDIA DE SANTA MARIA RS



LUTO DÁ LUGAR A EXPLICAÇÕES E COBRANÇA POR JUSTIÇA EM SANTA MARIA

A cidade de Santa Maria volta aos poucos a sua rotina. Depois de uma segunda-feira em luto pelas mais de 230 mortes no incêndio da Boate Kiss, o silêncio deu lugar aos gritos de justiça. A prefeitura se eximiu de responsabilidades, enquanto os bombeiros tentaram mostrar que a estrutura do espaço de festas atendia às normas vigentes. Já a polícia viu uma série de erros nos eventos que resultaram no desfecho trágico.
Na tarde desta terça-feira, o delegado Marcelo Arigony relatou que a boate fez diversas reformas "no arrepio de qualquer fiscalização" e estava com alvarás vencidos. Para os investigadores, a porta era insuficiente para dar vazão ao público e a espuma utilizada para isolar o som do local era altamente tóxica quando queimada.
A entrevista coletiva do delegado foi interrompida por gritos de protesto. O branco da marcha silenciosa de segunda-feira deu lugar ao preto. Jovens gritavam "prefeitura omissa, queremos Justiça". O responsável pelas investigações desceu e aplaudiu os manifestantes. Emocionado, Arigony falou aos jovens e garantiu rigor nos trabalhos.

Perto dali, o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, distribuiu cópias de documentos para a imprensa. Queria mostrar que a fiscalização do plano de prevenção contra incêndios compete aos bombeiros, conforme lei estadual, e que o alvará sobre incêndio que estava vencido era de responsabilidade da corporação. O documento que a prefeitura deveria cuidar tinha validade até abril deste ano, apontavam os papeis.

Para os bombeiros, os fatores decisivos para a tragédia foram a lotação do local e o uso de artefato pirotécnico em local fechado. A banda Gurizada Fandangueira, segundo as investigações, comprou o sinalizador conhecido como Sputnik para uso externo, por ser mais barato (R$ 2,50). Uma versão semelhante para uso em ambientes internos custa aproximadamente R$ 70.

Durante a manhã e a tarde, o subcomandante dos Bombeiros em Santa Maria, Gerson Pereira, sustentou que a casa noturna atendia às normas de segurança, com base na última vistoria realizada. A única saída, segundo ele, se enquadrava nos padrões exigidos, mesmo que os bombeiros tivessem recomendado a instalação de mais saídas de emergência.
Mais tarde, a corporação divulgou nota em que afirma ter recebido laudo técnico da boate, o qual registrava duas saídas de emergência com barras antipânico e devidamente sinalizadas. O Comando-Geral informou ainda que não recebeu pedido de autorização para o uso de artefatos pirotécnicos. A renovação do alvará de prevenção contra incêndios foi solicitada em novembro e estava em tramitação, diz a nota.

Fonte: Terra Brasil.




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