COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
FOLHELHO EM REPRISE
Nobres:
Não é de
agora bem antes do pleito, percebida a inevitabilidade da derrota, o petismo
começou a preparar a correspondente “narrativa” para uso nos planos interno e
externo. Segundo o aracnídeo do PT teve frustrado seu projeto de volta ao poder
em virtude de um suposto golpe desferido em dois tempos: a deposição de Dilma e
a prisão de Lula. Os cinquenta e oito milhões de eleitores que preferiram
Bolsonaro simplesmente desaparecem dessa história. A legião corrupta do PT em
um todo apareceu na camiseta de José Dirceu um terrorista de carteirinha com
prisões antecedentes ao regime militar dava para seus adeptos verdadeira lição
de resiliência, que “derrota não existe” e que só perde quem desiste! Pois é
por esse caminho que sempre seguirá o petismo, cujo momento mais difícil é bom
ter isso em mente segundo ele em seu conceito anarquista próprio. O PT
atravessou a campanha levando um poste e pautas com mais de cinquenta anos e
que certamente continuará sendo empurrado pelo desejo de revanche dos
movimentos sociais, que verão estancado suas fontes de financiamento; pela
irada militância dos milhares de companheiros que perderão suas posições e se
empenharão em retomá-las; pela mobilização dos militantes e ativistas
estrategicamente instalados nos poderes e carreiras de Estado, no aparelho
burocrático e no sistema de ensino. A estes, soma-se, ainda, parcela muito
expressiva da chamada grande imprensa. Já antes do pleito, percebida a
inevitabilidade da derrota, o petismo começou a preparar a correspondente
“narrativa” para uso nos planos interno e externo. Talvez seja ela que
patrocina a maior burla à opinião pública. Desde que o resultado eleitoral foi
uma derrota esperada imposta pela sociedade ética as emissoras de televisão,
jornais e revistas cuidaram de desenhar o arco ideológico de modo absolutamente
artificial. As esquerdas irmanadas com o lulismo restaram apenas o selvageníssimo
político agregados aos meios-tons de uma centro-esquerda democrática, moderna,
tolerante. Não faltou quem apresentasse o petismo como cordial e disponível interlocutor
histórico para a harmonia e o entendimento. De modo espontâneo e quase unânime,
tais veículos cuidaram de transformar Jair Bolsonaro num espantalho e sua
vitória, numa espécie de revolução dos aiatolás cristãos que levariam o Brasil
a um período de trevas. Era preciso salvar a nação! A eleição de Bolsonaro
significava ditadura, tortura, racismo, machismo, homofobia, misoginia, bicho
de pé, gripe aviária, câncer de mama e seca no Nordeste. O petismo sabe que
funciona. Enquanto tudo isso está passando nas telinhas, nas telonas, nas páginas
impressas e nos microfones da mídia rendida ao petismo. Entretanto como o PT despreza
a imprensa – o PT é simplesmente o Diabo-, tanto que esculacha mais é venerado,
no entanto, o PT preserva o hábito de reclamar da mídia. Por que o faz? Por que
se queixa da imprensa, se ela o auxilia? Tal conduta, no entanto, confere
credibilidade ao apoio recebido. “Se até os ‘inimigos’ na mídia estão dizendo
algo que favorece o PT, então o que falam deve ser verdade”, haverá de pensar o
público mais ingênuo. EssA fita rolando desde que foi fundado.
Antônio
Scarcela Jorge.
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