COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE
MUDANÇAS OBJETIVAS
Nobres:
A Constituição de 1988
estabeleceu esse novo papel do governo federal no processo de planejamento
municipal quando criou dispositivos constitucionais urbanísticos,
regulamentados pelo Estatuto da Cidade (2001) e institucionalizados através da
criação do Ministério das Cidades (2003). Entretanto, o aparato institucional
criado para conceber e programar as políticas urbanas nacionais ainda não foi
capaz de produzir resultados expressivos no desenvolvimento das nossas cidades.
Os poucos projetos concebidos pelo Ministério das Cidades que alcançaram
repercussão nacional, como por exemplo, o Programa Minha Casa Minha Vida,
apresentam grandes deficiências técnicas já amplamente reconhecidas. Talvez por
isso, a maior ingerência do governo federal nas questões urbanas não esteja
sendo devidamente contemplada nos debates, e alguns candidatos podem estar até
mesmo questionando a sua relevância. Um dos candidatos, inclusive, propõe
explicitamente, se eleito, a extinção deste ministério. O fortalecimento
político-institucional do Ministério das Cidades e a consolidação de uma agenda
urbana nacional serão imprescindíveis para o sucesso do próximo mandato
presidencial. A recuperação da economia, tão aclamada pelos candidatos e seus
eleitores, só trará benefícios concretos para a população se vier acompanhada
de propostas consistentes de desenvolvimento territorial e de gestão urbana.
Nada adiantará voltarmos a ser a sétima economia do mundo se isso não se
transformar em melhoria da qualidade de vida das pessoas. Os protestos que
explodiram nas principais cidades do país, em junho de 2013, em que as pessoas
reivindicavam melhorias urbanas, demonstram que a população já percebeu a
relação intrínseca entre qualidade de vida e cidade. Só falta agora os
políticos entenderem que o instrumento capaz de realizar essa transformação é o
urbanismo.
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FAKE
NEWS
Um episódio que
se tornou prosaico em certos segmento da imprensa como se comporta. Tudo que é
“ilícito” se tornou comum nos grandes centros e até nas pequenas cidades do
interior do país através do rádio onde se programa a notícia como o único
acesso de comunicação de massas. No primeiro caso, as prefeituras firmam
contratos para veicular notícia e obviamente promover os gestores. Neste sentido
o assunto tomou nova feição e de forma generalizada se agregando as eleições
presidenciais onde o confronto foi iminente promovido pelo “falso
ideologicamente correto” que jogou tudo para se mantiver no poder. Ao utilizar
as noticias originarias da grande mídia como verdadeira, se comete gravíssima
ação, imprópria a ética da comunicação. Ao se enveredar pela pura e simples
falsificação da notícia tornou-se regra nos grandes veículos da imprensa, pois
há um grande risco de perda de credibilidade quanto maior for à mentira
inventada, seguida por emissoras de rádios, das médias e pequenas cidades do interior,
com raríssimas exceções, pois, se tornou único meio de interação das massas
sociais em sua maioria de pouco conhecimento. Porém, é bastante usual nos mais
segmentados, cujo público esteja mais disposto a ler aquilo que corrobore com
suas próprias opiniões e crenças. Por ser mais sutil do que a mera invenção de
notícias, esse procedimento é bem comum e está se tornando corriqueiro. O pior,
a leitura do fato originária da grande mídia e imediatamente distorce a verdade
dando outras interpretações ao agrado de grupos que usam do clientelismo como
fonte de informação e de promoção de suas administrações, quase sempre falseada
a verdade como é de praxe. O uso indevido da verba consignada pelos municípios
a custa do erário, implica em danos a população (usar o chapéu dos outros) mesmo
levando em consideração “normal” é inflação moral e requer análise do poder
pertinente (Ministério Público). Correndo ao léu com a proteção de entidade que
protege os prefeitos, cuja denominação é implícita quando generaliza os
municípios cuja classificação não há objetivo consistente. Este esquema foi
gerado de forma especial por gestores petistas e aliados que ainda hoje não
querem se agarrar do poder embora estejam “cassados” pelo eleitorado brasileiro.
Neste mesmo aspecto a prática deste esquema astucioso inserido nas eleições recém-realizadas
e se perduram ainda nos noticiosos diários no rádio, objetivando a firme
intenção de tentar enganar as pessoas onde de certa forma estão até agora, acertando
o alvo preferido em alusão aos segmentos de massa. Como não há censura
implícita, torna-se a amplitude de expressão essencialmente democrática, mas
urgindo a responsabilidade e a forma pertinente (sempre houve através dessas
empresas de comunicação quando o assunto não interessa). Neste caso autoridades
pertinentes estejam atentas.
Antônio Scarcela Jorge.
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